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Moradores do bairro Coqueiro se reúnem com representantes do Ministério Público

O bairro Coqueiro é um dos locais mais frequentados de Manhuaçu e já foi considerado um lugar mais familiar. Porém, a violência, no entanto, tem tirado a tranquilidade de moradores e frequentadores do local. É comum em conversas com moradores e policiais a informação de tráfico de drogas, prostituição e venda de bebidas alcoólicas a menores, especialmente nas noites de quinta e sexta-feira.

Pensando em mecanismos que possam frear esse turbilhão de práticas errôneas, os moradores tem se mobilizado para alertar as autoridades locais quanto a situação em que o bairro se encontra. E uma dessas iniciativas aconteceu no dia 30/01, aonde representantes do bairro, juntamente com o policial militar, tenente Luiz Hott, reuniram-se com as promotoras do Ministério Público, Marina Brandão Póvoa e Vanessa Maia de Amorim, em busca de soluções que retirem os criminosos das ruas do bairro e deixe somente as pessoas que desejam curtir uma noite de lazer de forma organizada.

As partes saíram satisfeitas do encontro em virtude de uma nova reunião marcada para o dia 16/02, aonde diversos setores do município serão convidados a participar para conhecer a atual situação do Coqueiro, segundo o Tenente Luiz Hott. “Reunimos em detrimento a vários acontecimentos que aconteceram nos últimos dias no bairro, principalmente na Avenida Getúlio Vargas e na rua da Conceição. Por isso, procuramos as representantes do Ministério Público para repassar a real situação do bairro. O diálogo foi proveitoso, tendo em vista que conseguimos, marcar uma reunião para o dia 16/02, entre membros da sociedade civil organizada e o Ministério Público. Serão convidados representantes do Legislativo e Executivo, que poderão ouvir e dialogar com os demais representantes do bairro Coqueiro, juntamente com a Polícia Militar”, afirmou.

De acordo com Luiz Hott, a esperança de melhorias após a reunião é grande, pois anteriormente a Associação de Moradores do bairro Coqueiro e a Polícia Militar eram as entidades responsáveis por verificar e controlar a situação no bairro, por isso a esperança de que outras instituição e pessoas possam se unir a causa. “Existem situações que são de competências de outros setores do município, como alvarás, utilização do espaço público, perturbação do sossego e outras pendencias, além de adequação das nossas leis municipais que são antigas. Por isso é fundamental a participação dos poderes Executivo, Legislativo e do Ministério Público”, enfatizou.

Situação do bairro

O bairro que ano passado foi palco do assassinato de uma jovem de 13 anos, continua outras situações problemáticas, ou seja, drogas, brigas, som alto, acúmulo de lixo e falta de empatia para com os moradores que residem no bairro. A última situação perturbadora aconteceu no dia 28/01, quando cerca de 200 a 300 pessoas estavam na Avenida Getúlio Vargas, momento em que indivíduos não identificados iniciaram lançamento de pedras, garrafas e estilhaços de vidros contra militares, na tentativa de atingir os policiais que realizam a segurança no bairro. Essa ocorrência é mais uma entre outras que vem levando o nome do bairro Coqueiro aos laudos policiais.

A respeito do confronto direto, o tenente Luiz Hott afirmou que a Polícia Militar estava bem amparada com várias equipes no local e por isso consegui conter os diversos focos de confusões que aconteceram na rua e Avenida já mencionados. “Realmente houve a situação do confronto policial, no qual tivemos que utilizar balas de borrachas para conter a ação de alguns jovens. Conseguimos controlar a situação e apreendemos alguns menores e também maiores de idade, que faziam do uso de drogas e reagiram e desacataram a autoridade policial”, conta.

De acordo com o militar, a parceria entre a comunidade e a PM, através da rede de vizinho protegidos, é importante para o compartilhamento de informações que possam denunciar quem comete atos inflacionários no bairro. “Além disso, solicitamos a população que, caso presencie algum ato vai contra a Lei, que denuncie através dos telefones 181 ou o 190. Essa interação ajuda a Polícia a combater o tráfico de drogas, prostituição e venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos”.

Moradores pedem mais apoio

Os mais prejudicados com a falta de controle de alguns frequentadores do bairro Coqueiro são os moradores. Estes vivem uma rotina de perturbação e falta de sossego nos últimos dias da semana. E lembrar de um bairro que outrora foi sinônimo de qualidade de vida, e hoje em dia tornou-se um local violento é assustador. Entretanto, a Associação de Moradores do Bairro Coqueiro tem reunido forças para combater as práticas ilegais que acontecem no bairro. O presidente da entidade, Renan Coelho da Silva, afirma que o empenho dos moradores é justamente a favor da volta de um bairro tranquilo, aonde as pessoas podem frequentar sem viver à sombra do medo. “A gente não tem liberdade nem para sair da própria casa. Existem vizinhos que se programam para chegar antes das 21h, porque depois desse horário não dá para sair de casa. Por isso, estamos buscando parcerias, além da elaborada com a Polícia Militar, para ajudar o nosso bairro. Precisamos do apoio da Prefeitura, Judiciário, Legislativo e outros órgãos municipais que estejam dispostos a olhar para a situação do bairro Coqueiro”, destacou.

Flávio Lacerda, morador do bairro e coordenador do Comissário da Infância e da Juventude, também toca na tecla da união entre instituições para observar a participação de menores em situações de risco que frequentam o Coqueiro. “Se não houver um trabalho na rede de proteção dos direitos violados da criança e do adolescente, nós estaremos “enxugando gelo”. O que precisa ser feito é uma ação articulada com a Polícia Militar, Conselho Tutelar, Poder Judiciário – através do Juizado de Menores, e Ação Social. E também devemos seguir o que é estabelecido na Portaria do Juizado da Infância e Juventude de Manhuaçu, de maio de 2015, que proíbe a permanência de crianças desacompanhas dos pais ou um responsável fora do horário que vai de 7:00 da manhã até as 20:00 horas. São consideradas crianças pessoas com até 12 anos de idade. Já adolescentes só podem ficar nas ruas de 6:00 horas da manhã até às 23:00 horas. Estamos preocupando com menores, mas estamos esquecendo que responsáveis por eles são os próprios pais e não os poderes constituídos”, finalizou.

Danilo Alves

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