Dia Mundial do Rim: campanha de conscientização alerta para o desenvolvimento da Doença Renal Crônica
Dados obtidos junto à Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) apontam que, em todo o mundo, existem aproximadamente 500 milhões de pessoas diagnosticadas com problemas renais
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. Outro fator alarmante é o número de crianças com sobrepeso e obesidade, que pode chegar – em um futuro próximo – a 75 milhões de casos.
Por isso, a edição de 2017 do Dia Mundial do Rim, celebrado na quinta-feira, 09/03, e promovido pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, chamou a atenção para os riscos da obesidade, uma das maiores vilãs na causa da doença renal crônica – enfermidade prolongada nos rins que leva à perda progressiva e irreversível das funções renais. O tema da campanha “Estilo de vida saudável para rins saudáveis” tem o objetivo de alertar à população sobre o estilo de vida que o brasileiro leva, facilitando, por meio de maus hábitos na alimentação e o sedentarismo, resultando no aparecimento de outras graves doenças.
De acordo com o médico nefrologista, Dr. Rubens Valadão Abi-Ackel, muitas pessoas desconhecem o que é a doença renal. “A maioria das pessoas não sabem quais são os fatores de risco para a doença renal crônica (DRC) e, consequentemente, não adotam medidas para a sua prevenção. No contexto da DRC, cujas taxas de incidência e prevalência vêm aumentando ano após ano no mundo todo, é extremamente importante que se faça a orientação de todos, no sentido de adotar medidas preventivas”, afirma.
“A cada ano, o Dia Mundial do Rim tem foco em um determinado aspecto. Já foram trabalhados temas como o diabetes, o transplante renal, a doença renal nas crianças, entre outros. Neste ano de 2017, o foco da campanha é a obesidade: estilo de vida saudável para rins saudáveis”, explica Dr. Rubens.
No Brasil, a obesidade vem crescendo cada vez mais. Alguns levantamentos mostram que mais de 50% da população está acima do peso. Entre crianças, estaria em torno de 15%. A obesidade aumenta o risco de morte e contribui para muitas outras doenças, como diabetes, hipertensão, dislipidemias (distúrbio nos níveis de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue), doenças cardiovasculares, transtornos emocionais e também doença renal crônica, onde estudos apontam que pessoas com excesso de peso ou obesas têm de 2 a 7 vezes mais riscos de desenvolver o problema nos rins, em comparação com as de peso normal. “Em várias cidades do Brasil e do mundo foram desenvolvidas atividades para orientar as pessoas sobre como ter um estilo de vida saudável (dieta, atividade física etc) para manter os rins saudáveis. Acreditamos que, ao alertar as pessoas sobre a doença renal, é possível que se consiga reduzir o número de casos de DRC em estágio terminal e, por conseguinte, reduzir a necessidade de tratamentos caros e desgastantes para o paciente do ponto de vista físico e emocional, como a hemodiálise e o transplante renal”, reforça o médico nefrologista.
Atividades realizadas em Manhuaçu
Na quinta-feira Manhuaçu recebeu orientações e atendimentos gratuitos relacionados ao Dia Mundial do Rim. Entre as atividades disponíveis na Praça Cordovil Pinto Coelho constaram testes de glicemia capilar (diabetes) e verificação de pressão arterial, fatores que podem indicar problemas renais. Também houve orientação com equipe multiprofissional e questionários sobre doenças prévias e hábitos de vida, além da distribuição de material informativo sobre as funções dos rins, principais situações de agressão renal e sobre como prevenir lesões.
Dr. Rubens Abi-Ackel também alerta para a necessidade de evitar e controlar criteriosamente a diabetes e a hipertensão, que são os maiores causadores da doença renal. Para isso, hábitos como alimentação saudável, evitar consumo excessivo de sal e açúcar e práticas de atividades físicas são essenciais. E ainda realizar periodicamente o exame de creatinina e urina, que podem diagnosticar precocemente a doença renal.
Danilo Alves – Tribuna do Leste