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Procura por açougues aumenta em Manhuaçu após operação da Polícia Federal

Após operação da Polícia Federal consumidor fica em alerta quanto à qualidade das carnes que consomem

Com a Operação Verão 2013/2014, o Governo do Estado intensificou o trabalho de inspeção sanitária nos estabelecimentos comerciais da região do litoral. Foto: Venilton Küchler
Com a Operação Verão 2013/2014, o Governo do Estado intensificou o trabalho de inspeção sanitária nos estabelecimentos comerciais da região do litoral. Foto: Venilton Küchler

O cuidado com a procedência do produto foi acentuado nos últimos em todo o país, desde que a Operação Carne Fraca da Polícia Federal (PF), revelou o comércio de carne vencida e adulterada.

Cerca de trinta empresas são alvo da operação, o que inclui marcas populares como Friboi, Sadia, Seara e Perdigão — dos grupos JBS e BRF.

Segundo a PF, fiscais do governo receberiam propina, que teria beneficiado especialmente os partidos PP e PMDB, para facilitar a venda de carne vencida ou adulterada — usada, principalmente, como matéria-prima para embutidos.

As autoridades dizem ter identificado uma série de práticas ilegais na produção das empresas, como mascarar o aspecto de carne deteriorada, injetar água no frango para aumentar seu peso e adicionar ingredientes em quantidades que desrespeitavam as leis.

Manhuaçu

Os açougues de Manhuaçu viraram alvo dos consumidores, que assustados com as informações sobre a qualidade da carne vendida por grandes frigoríficos estão optando em buscar produtos em locais de maior confiança. Para o consumidor, fica a dúvida sobre a qualidade dos alimentos processados e por conta disso, cresce o interesse pelos locais que vendem produtos mais frescos.

De olho na qualidade dos produtos alimentícios, a Secretaria Municipal de Saúde de Manhuaçu tem ao longo dos anos tem desenvolvido um trabalho de fiscalização e orientação aos comerciantes, feirantes e empresários do ramo alimentício. “Um dos setores da Secretaria é a Vigilância em Saúde, da qual faz parte a Vigilância Sanitária, que realiza um trabalho muito importante no controle de qualidade dos alimentos vendidos à população”, disse Karina Gama, Secretária Municipal de Saúde.

Segundo ela, além fiscalizar o comércio de gênero alimentício em geral, como supermercado, bares, lanchonetes, padarias e açougues, a fiscalização acontece também na feira livre e nas fabricas de produtos alimentícios do município. “A Coordenação da Vigilância Sanitária tem feito constantemente apreensões de produtos inadequados ao consumo humano, ora por estarem vencidos, armazenados de forma incorreta ou por algum fator que comprometa a qualidade”, disse.

carne-3 - CopiaVigilância Sanitária

As ações de Vigilância Sanitária (VISA) devem promover e proteger a saúde da população, com ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.

Em Manhuaçu ações de fiscalização da Vigilância Sanitária têm resultado num controle rigoroso da qualidade dos produtos vendidos ao consumidor, desde os alimentos industrializados, aos produtos in natura como carnes e embutidos. “Reuniões e encontros são realizados frequentemente com comerciantes, açougueiros e feirantes onde repassamos a eles orientações importantes na produção e conservação de alimentos, principalmente os produtos in natura”, disse a Coordenadora da Vigilãncia Sanitária de Manhuaçu, Maria Lucia Dutra.

Um resultado muito positivo das ações da VISA foi quanto à industrialização de embutidos e derivados de carne em Manhuaçu, nos últimos anos, vários produtores investiram em equipamentos e qualificação profissional e hoje oferecem uma gama de produtos de boa qualidade à população. “Quando a Vigilância Sanitária proibiu a venda de carnes e derivados na feira livre causou uma grande revolta de feirantes e consumidores, mas a medida foi necessária para proporcionar ao consumidor produtos com garantia de origem e produção dentro das normas de higiene e qualidade. Com isso surgiram as pequenas indústrias locais, que além de passarem por constante fiscalização, ainda fomentam a economia com a geração de emprego e renda”, destaca – “Uma das exigências da Vigilância Sanitária é a proibição do uso de subprodutos animais na produção de embutidos. Eles devem usar a carne temperada nesta produção”, finaliza Maria Lúcia.

Carne in natura x carne industrializada

carne - CopiaOs alimentos naturais são retirados de partes das plantas ou de animais. Esses alimentos são as verduras, as frutas, os legumes, as carnes, os peixes e as aves; ou seja, são retirados diretamente da natureza. Esse tipo de alimento é chamado de alimentos in natura.

Muitos alimentos que são retirados da natureza e, até chegarem à mesa da população, é preciso que sejam pasteurizados (como o leite), ou que passem por processo de trituração e de separação de resíduos, retirando a sujeira dos alimentos para comercialização. Esses alimentos são minimamente processados. Temos como exemplo o arroz, o feijão, as lentilhas, o cogumelo, a farinha de mandioca e de milho, os sucos sem adição de açúcar, as frutas secas, entre outros alimentos.

O consumo de carne in natura é mais comum em cidades do interior, mesmo com acesso às carnes industrializadas, o consumidor tem dado a preferência aos açougues, mercearias e supermercado onde o produto pode ser encontrado. “As carnes comercializadas em nosso município são fiscalizadas quanto à qualidade e origem. Elas devem ser oriundas de frigoríficos legalizados e que passam por um rigoroso controle de qualidade. Qualquer carne que seja de um animal abatido fora desses frigoríficos é considerada clandestina e é apreendida e destruída”, ressalta Maria Lúcia.

Orientações básicas

WhatsApp Image 2017-03-22 at 09.40.08 - CopiaVigilância Sanitária deu algumas orientações sobre como comprar carne nos açougues. Como se trata de um produto perecível, a carne pode perecer por diversos fatores e para evitar comprar alimentos nesse estado é preciso que haja cuidados desde a compra até o momento do preparo.

A Vigilância Sanitária afirma que a carne deve ser exposta em balcão frigorífico, pendurada em ganchos de alumínio ou inox, a uma temperatura de 7º C, ou menor, no interior da peça. Funcionários devem usar toucas e jalecos.

A carne pode ser vendida a granel, bandeja ou a vácuo, mas o cliente deve ficar atento à textura e cor do produto. “A coloração da carne é a principal característica a ser observada. O ideal é que o alimento tenha a coloração entre vermelho púrpura/cereja e o vermelho brilhante. Os consumidores devem verificar também a etiqueta e os rótulos dos produtos, incluindo data de fabricação e validade”, orienta a coordenadora.

Caso seja encontrada alguma irregularidade sanitária, os consumidores podem recorrer à denúncia à Vigilância Sanitária através do número 3331 3580 ou no Procon. Se houver confirmação das irregularidades denunciadas, os estabelecimentos podem ser multados e responderem por crime de saúde pública e de relação de consumo.

Jailton Pereira – Tribuna do Leste

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