Mês das mães: uma história contada por três gerações
Família vê mudanças de comportamento na criação dos filhos, mas reconhece que o desafio de ser mãe é imutável.
A avó, dona Nair, é mãe de Iracema; que é mãe da Bruna, e que recentemente se tornou mãe do pequeno Bernardo. Três mulheres com gerações e desafios diferentes, mas com uma missão em comum: ser mãe. Transformações que vão desde a forma de educar aos primeiros cuidados com o bebê.
Bruna diz que ser mãe atualmente traz facilidades como as fraldas descartáveis, mas também preocupações que nunca mudam como a “preparação para o parto”.
Dona Nair Marcelino, 78 anos, é avó de Bruna, e mãe de 10 filhos que lhe deram 22 netos, e 23 bisnetos. Ficou viúva e junto com os filhos mais velhos cuidou dos demais membros da família. Ela conta que nos tempos antigos as coisas eram diferentes, difíceis, mas os filhos respeitavam mais os pais. “No meu tempo não tinha essa coisa de pré-natal, a gente falava com um vizinho ou outro que estava grávida, mesmo assim moravam todos longe. Eu e meu marido trabalhávamos na roça e os filhos nasciam em casa mesmo. Uma vez ou outra com a ajuda de parteira, outra era só a gente mesmo”, lembra dona Nair.
Dentre os desafios, ela faz questão de destacar uma recordação especial. “Naquele tempo existia mais amor e respeito nas famílias”, reflete. “Tenho 10 filhos e eles nunca presenciaram uma discussão entre nós dois, isso até eu ficar viúva, que neste próximo dia 18 de maio completa 19 anos. Os filhos tinham um respeito enorme pelos pais e mesmo com todas as dificuldades, cria-los na minha época era mais fácil pois tínhamos muito amor à Deus e uns aos outros”, destaca. “Não existiam tantas coisas ruins como nos dias de hoje.”, completa dona Nair.
Já Iracema Marcelino, 52 anos, mais conhecida como “Morena” é uma das filhas de dona Nair e mãe do casal: Rei e a caçula Bruna, 23 anos. “Morena” teve o primeiro filho em 1978 e o segundo foi mais fácil. “Quando o Rei nasceu já tínhamos acompanhamento médico, fazíamos o pré-natal regularmente, praticamente sabíamos a data próxima que o neném ia nascer e já ficávamos preparados”, explica.
Quanto à criação dos filhos, “Morena” foi taxativa. “Criei eles conforme minha mãe me criou. Recebi muito amor de meus pais, mas também foram rigorosos quanto a noção de criação. Nós tínhamos respeito pelos nossos pais e assim criei meus filhos. Vejo filhos desrespeitando e algumas vezes até brigando com pais e agradeço à Deus e à minha mãe por isso não acontecer aqui em casa.”, ressalta Iracema.
Mãe de primeira viagem, Bruna Marcelino, 23 anos, ganhou há três meses o pequeno Bernardo. O caçula da família nasceu em meio à modernidade: ultrassons de alta definição, pré-natal agendados com visitas de agentes de saúde na residência, parto assistido pelo pai, cartão de vacina rigorosamente em dia e tudo que a criança tem direito.
“Primeiramente ser mãe é uma coisa indescritível, só sei que é muito bom. Vejo a minha mãe e minha vó contando, penso como elas conseguiram passar por tudo aquilo e ainda dizem que cuidar de uma família na época delas era fácil. Hoje sim, tudo é mais fácil, se eu preciso sair para trabalhar tenho com quem deixar o neném, nós temos agentes de saúde que vêm à nossas casas, se precisar temos creches e escolas. Antes isso não existia e quando tinha, era muito longe e difícil”, compara Bruna.
Outro ponto que conta a favor da jovem é o carinho compartilhado que recebe da mãe e da avó. “Pra mim as coisas estão ainda mais fáceis, pois tenho o carinho da mãe comigo e com o Bernardo, e a experiência da minha avó que cuida de todos nós. Ela sim é a nossa maior mãe.”, enaltece.
Independente de qual geração se pertence, ser mãe é uma dádiva que merece ser celebrada e comemorada nesse dia 14 de maio por todas as famílias.
Jailton Pereira – Tribuna do Leste