Nutricionista destaca importância da alimentação esportiva
De uns anos para cá é crescente o número de pessoas que realizam algum tipo de atividade física. Junto com esse fato aumentou o número de atletas (amadores e profissionais) buscando o apoio das ciências aplicadas a essa área: medicina do esporte, psicologia aplicada ao esporte, fisioterapia e também a nutrição esportiva. A área aplica a base de conhecimentos em nutrição, fisiologia, bioquímica no esporte e atividade física. Sendo os seus principais objetivos promover saúde, melhorar o desempenho e otimização na recuperação pós treino. Nutrição e Esporte são áreas que se complementam e é difícil pensar em um sem abordar o outro. Muitas vezes, uma alimentação equilibrada não é suficiente para deixar o indivíduo saudável sem um exercício físico adequado. E para um atleta, é de extrema importância priorizar uma alimentação que trará, além de rendimento, uma boa saúde.
De acordo com a nutricionista Camila Aparecida de Freitas, o impacto de uma boa nutrição no desempenho de um atleta é notável, pois melhora o seu rendimento e força, fornece nutrientes adequados, previne desidratação, evita lesões e possibilita uma melhor recuperação pós treino. Segundo a nutricionista, para o público praticante de atividade física não competitiva, bons hábitos alimentares, juntamente com a prática saudável, melhoraram a saúde, o bem-estar das pessoas, evitam a obesidade, os riscos de doenças coronárias, alguns tipos de câncer, osteoporose, além de contribuir com a promoção da saúde mental das pessoas.
Por meio do acompanhamento nutricional, o atleta ou praticante de atividade física não é somente capaz de apenas manter um bom estado nutricional, com peso, percentual de gordura e massa muscular ideais. Com uma boa alimentação, ele passa a conservar um estado ótimo de macro, micronutrientes e compostos bioativos, que são de extrema importância para uma boa formação de energia (melhora da função mitocondrial), um ótimo funcionamento de sistemas de defesa, melhorando a imunidade, combate ao estresse oxidativo (gerado naturalmente pela atividade, mas que não deve estar em excesso) e da inflamação, o que reduz em muito os riscos de lesões musculares e articulares; melhoramento da produção hormonal; e correção dos desequilíbrios intestinais. “Para atletas, como por exemplo um maratonista, é imprescindível adequar o plano alimentar com a suplementação, pois devido a carga de treinamento intenso, desgaste físico e muscular, desidratação, entre outros, o atleta deve ter na complementação da alimentação os suplementos pré, durante e pós treino para potencializar seu tempo, melhorar a recuperação muscular, repor macro e micronutrientes e evitar lesões”, afirma a nutricionista.
Importância da alimentação
Durante a atividade física e também durante o período de recuperação após os exercícios, o metabolismo necessita de calorias e nutrientes adequados para realizar corretamente suas atividades. Tanto a alimentação pré-treino quanto a alimentação pós-treino são fundamentais para garantir a energia necessária durante os exercícios, para evitar a degradação e o uso dos músculos como fonte de energia (catabolismo) e para auxiliar na recuperação do corpo após cada atividade
“A refeição antes do exercício deve conter nutrientes para fornecer energia, aumentar força e resistência, evitar fome e hipoglicemia durante o treino, manter um bom estado de hidratação e evitar catabolismo muscular (quebra de aminoácidos no músculo). Quando bem nutrido, irá se sentir mais bem-disposto, forte e resistente ao esporte”, afirma Camila Aparecida.
Assim como a alimentação pré-treino, a alimentação pós-treino é fundamental, pois ajuda na recuperação do organismo e nos estoques de energia. Quando o atleta termina os exercícios e não se alimenta corretamente, o corpo poderá usar a massa muscular para repor a energia gasta, ocasionando perdas musculares indesejadas “A alimentação pós-treino serve para agilizar recuperação muscular e do organismo como um todo, repor os estoques de glicogênio, reconstruir fibras musculares, repor os líquidos perdidos, alimentar as células do sistema imunológico e renovar o corpo para o próximo treino. Ao se alimentar logo após o treino, seus músculos se tornam mais fortes e resistentes, afinal, não terão que se esforçar para buscar nutrientes de outros locais do corpo”.
Suplementos
Usar ou não suplementos esportivos é uma dúvida frequente de praticantes de várias modalidades esportivas. A suplementação, se feita de forma indiscriminada, pode fazer com que a quantidade diária de nutrientes seja superior à necessária, podendo prejudicar órgãos como fígado e rim. A suplementação é indicada quando a ingestão de alimentos não conseguir alcançar as necessidades, ou mesmo se estas forem muito aumentadas, o que vai depender da frequência dos treinos e da atividade em questão. Em algumas situações, o suplemento pode ser associado a uma refeição para garantir o aumento de um nutriente específico, para tornar a dieta mais viável dentro da rotina diária de cada atleta ou para melhor a absorção de determinado nutriente. Por isso, atletas e praticantes de atividades físicas utilizam suplementos para complementar a alimentação base e atingir as quantidades de nutrientes que necessitam. “Primeiramente, o nutricionista deve investigar o hábito alimentar do esportista. Após este levantamento é feito o cálculo de quanto o atleta consome de nutrientes e qual o gasto estimado diário contando com o exercício. Dessa forma verificamos as deficiências e incluímos os suplementos de acordo com a necessidade de cada um”, enfatiza
Consumo indiscriminado de suplementos
O uso excessivo e incorreto de suplementos pode acarretar prejuízos irreversíveis no organismo humano, de acordo com a nutricionista Camila Aparecida de Freitas. “No entanto alguns frequentadores de academias iniciam o uso desses recursos sem requer orientação médica ou nutricional, sendo indicado por colegas, personal trainer, pela influência da mídia ou por conta própria. O consumo elevado de suplementos rico em sódio pode causar aumento da pressão arterial, o excesso de proteínas pode gerar uma sobrecarga renal ou hepática. Além disso, alguns produtos podem estar contaminados com substâncias proibidas o que pode causar câncer, distúrbios hormonais e psicológicos e doenças cárdicas. Espinhas e flatulências também podem ser prejuízos do consumo exagerado. Os suplementos ricos em carboidratos podem levar ao ganho de peso ou aumento da glicose sanguínea se usados em excesso”, alerta a nutricionista.
Danilo Alves – Tribuna do Leste