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Uso de tecnologia por crianças exige cuidado e orientação

É impossível imaginar uma infância livre da influência dos equipamentos eletrônicos. Por isso, os limites recomendados para o consumo dessas tecnologias são revistos a todo instante por especialistas, principalmente tratando-se da maneira com que as crianças devem interagir com os conteúdos.

Para a pedagoga e professora pós-graduada em Educação Infantil, Laís Alves, as crianças precisam, sim, ter acesso às possibilidades oferecidas pela tecnologia, mas de uma forma organizada e orientada para que possa levar a um efetivo aprendizado. “A internet pode ser um benefício se for utilizada a favor do desenvolvimento da criança. É uma ferramenta muito boa, mas sempre usada com supervisão e cuidado”, diz.

O assunto é tratado como caso de saúde pública, mediante a tamanha exposição à tecnologia da informação. “A dependência da tecnologia vem primeiramente dos pais que já estão acostumados a ficarem conectados a todas as redes sociais, a ficar verificando o celular praticamente o tempo inteiro. Isso acaba passando para as crianças. Os próprios pais acabam inserindo isso na vida das crianças, seja para ficarem quietas, ou para se distraiam”, explica a pedagoga.

Para ela, o que acaba refletindo nas crianças é que, muitos pais, ao quererem impor limites às crianças, acabam não sendo exemplo. “Para cobrar é preciso mostrar que aquilo funciona para todos. Criança de três anos já entende de tecnologia, porque vê os pais fazendo e quer fazer também”.

Apesar da comprovação dos riscos oferecidos pelo contato prematuro com este universo, a professora conta que utiliza a internet de forma dosada em prol da educação de seus alunos de faixa etária de 3 anos, e afirma que a tecnologia da informação pode ser usada de forma equilibrada para auxiliar na educação da criança. “O YouTube proporciona muitos vídeos bons em questão de educação. Músicas que ensinam as cores, a contar, e até o inglês. Ao mesmo tempo em que elas estarão distraindo, estarão aprendendo. Mas não se pode deixar que a criança fique dependente desses vídeos. Ela precisa saber e entender que tem que se comportar em diversas situações independente se tem o vídeo ou não”, afirma.

Um dos conteúdos do YouTube mais consumidos atualmente por crianças são os unboxings – vídeos de meninos e meninas, às vezes também adultos abrindo brinquedos e chocolates.  O alto número de acessos à essa categoria já demonstra a preferência dos pequenos. A pedagoga explica que estes tipos de vídeos podem causar alegria e surpresa nas crianças, mas também pode gerar frustração. “As crianças mais novas não entendem que o brinquedo está ali só para ser mostrado pelas empresas, e que nem sempre vão poder adquiri-los”, afirma.

Porém, como estes aparelhos se fazem indispensável em nosso dia a dia e também fazem parte do cotidiano de nossas crianças, Laís acredita que o melhor caminho é optar por vídeos e músicas que sejam educativos. “Os pais, educadores ou quem cuida da criança deve procurar saber sobre o conteúdo do vídeo antes de passar para as mesmas, pois hoje em dia tem muitos vídeos intitulados infantis, porém eles abordoam diversos assuntos de faixa etária muito avançada. Quanto a isso é preciso ter bastante cuidado, pois ao invés de ajudar acaba sendo um grande malefício”, conclui.

Ouça a entrevista completa com a pedagoga e professora pós-graduada em Educação Infantil, Laís Alves:

Livia Ciccarini – Tribuna do Leste

Foto: Raul Spinassé l Ag. A TARDE

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