Agosto: mês dos ventos e com eles as pipas, papagaios, e o perigo do cerol e rede elétrica

Geralmente nos meses de agosto e setembro quando os ventos são mais fortes e abundantes, as crianças e adolescentes saem às ruas para soltar suas pipas, também chamadas raias, papagaios ou pandorgas.
Em nossa região ainda não é comum o registro de ocorrências de acidentes causados pelo uso da linha de cerol. “Não temos registros deste tipo de acidente, mas por outro lado, já atendemos ocorrências de quedas de altura e risco de choque elétrico por causa dos papagaios e pipas”, disse o tenente Flávio Mota, comandante do Corpo de Bombeiros de Manhuaçu.
De acordo com o Oficial, as quedas de altura podem acontecer quando a criança solta a pipa sobre uma laje e num minuto de desatenção pode vir a cair da laje ou subir em locais altos como arvores e postes. “Neste último além do risco de queda, existe ainda o perigo do choque elétrico”, completa tenente Flávio Mota.
Cerol e linha chilena, uso proibido
O cerol é um material constituído por uma mistura de cola com vidro ou mármore moído que algumas pessoas passam na linha utilizada para empinar a pipa, visando cortar a linha da pipa de outras pessoas. Já a “linha chilena”, uma mistura de madeira com óxido de alumínio, silício e quartzo moído, mais potente do que o cerol, que já representa risco à vida das pessoas, especialmente dos motociclistas. De acordo com informações da Polícia Militar, a “linha chilena” tem o poder de corte quatro vezes maior do que a com cerol.
Os acidentes mais comuns envolvem cortes de gravidade variáveis, inclusive com óbito, de motociclistas, ciclistas e pedestres. Para quem solta as pipas também há riscos de choques elétricos de alta voltagem. O que devia ser uma brincadeira, na verdade pode-se tornar algo muito perigoso.
Cabos elétricos aéreos
Além dos riscos de acidentes no trânsito, a criança se expõe ao empinar a pipa próximo à rede de alta tensão ou vias públicas. É preciso levar em conta a segurança da criança, do patrimônio e dos demais cidadãos.
Os técnicos de centrais elétricas pedem cuidados durante a brincadeira, pois as pipas, quando soltas nas proximidades dos fios de alta tensão, podem tocar na rede e causar queda de energia, curto-circuito e danos nos equipamentos. Quanto ao uso de rabiolas nas raias, embora sejam bonitas, elas podem enroscar em vários lugares, inclusive no fio elétrico, facilitando a ocorrência de acidentes.
A pipa pode encostar em um cabo elétrico e, se a linha estiver molhada ou enrolada num objeto de metal (uma lata, por exemplo), ela se transforma num excelente condutor de eletricidade.
Campeonato de Pipas e Raias
Além do nome, a Rua Céu Azul teve mais motivos para deixar crianças e adultos com olhares direcionados para o alto, neste domingo, 13/08: o 1º Festival de Pipas e Arraias do Bairro Matinha. O evento foi realizado pela Associação de Moradores e pelo vereador Cléber Benfica (Cleber da Matinha), e contou com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura de Manhuaçu, além da presença de diversas autoridades, além das famílias e visitantes.
Com início às 9h da manhã, o Festival ajudou na divulgação de informações importantes sobre os cuidados necessários para soltar pipas com segurança, sem risco de choque elétrico ou de mutilações decorrentes do contato com o cerol. Além disto, sargento Edmar, do PROERD, lembrou a importância das crianças e jovens se distanciarem das drogas, tanto bebidas alcoólicas quanto o cigarro e as drogas ilegais. Ele também alertou quanto aos perigos da automedicação.
Houve premiação em dinheiro e troféu para os participantes e familiares. O local foi escolhido por ser um campo aberto com uma forte incidência de ventos e longe das redes elétricas
Jailton Pereira / Informações da Secretaria de Comunicação Social de Manhuaçu