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Lavrador viúvo conta os desafios de ser pai e mãe das filhas

WhatsApp Image 2017-08-09 at 14.58.35Neste mês dos pais vamos conhecer a história do Senhor José Paulino, 50 anos, viúvo, pai de três filhas, sendo duas do primeiro casamento e uma do segundo, morador da zona rural de Simonésia.

Lavrador, José Paulino constituiu a família com base em Deus e no trabalho do dia a dia. “Após separar da minha primeira esposa, cuidei das minhas duas primeiras filhas Eliane e Josiane por mais de 12 anos, hoje elas formaram família e moram uma em Ipanema e a outra no estado do Rio, casei novamente e tivemos a Célia. Quando ela completava 16 anos, a mãe morreu, acometida por um câncer e desde de então somos eu e ela”, conta Zé Paulino.

Ainda segundo o lavrador, o sustento da família veio do trabalho rural. “Com o trabalho no cabo da enxada e eu minha mulher conseguimos comprar o terreninho onde moramos. Deste terreno tiramos o nosso sustento. Quando a mãe da Célia morreu foi um baque na nossa vida e eu assumi novamente a função de pai e mãe. Ela começou a trabalhar no Instituto Pagus e isto nos ajudou muito, pois com o trabalho dela, juntos pagamos a faculdade e ela se formou neste início de ano”, relata Zé Paulino.

Ele conta ainda que foi um período difícil, pois a filha era adolescente, mas muito amiga e companheira e também contou com a ajuda de várias pessoas. “Primeiramente tenho que agradecer a Deus por minhas filhas, pois sempre me trataram com muito respeito e sempre que podem estamos todos juntos e depois que fiquei viúvo o apoio delas foi muito importante. Hoje tenho orgulho de todas elas, passamos momentos difíceis principalmente nos últimos anos, mas a força que Deus me proporciona e a felicidade de ter conseguido vencer como pai e às vezes como pai e mãe é o que mais me motiva e dá força para continuar”, ressalta o lavrador.

Morando apenas ele e a filha caçula, Zé Paulino assumiu as funções da casa, hoje além de cuidar de uma pequena lavoura, onde tira o sustento da família, o lavrador cuida das obrigações da casa enquanto a filha passa o dia no trabalho. “Uma das minhas maiores alegrias nesta vida foi poder participar da formação da minha filha, estar presente no dia da sua formatura foi muito gratificante, saber que foram os frutos colhidos dos esforços dela, e hoje ela trabalha como bióloga numa ONG que desenvolve ações junto à agricultores familiares valorizando ainda mais as suas raízes, de onde ela realmente saiu, do trabalho em família”, completa.

Orgulhosa a filha Célia, 20 anos, conta que o pai sempre foi um exemplo e desde que a mãe adoeceu ele foi o alicerce da família, “Nossa! Meu pai é tudo pra mim, passamos por muitos momentos difíceis, mas nunca estivemos sozinhos, contamos com a ajuda de Deus e de pessoas que sempre estiveram ao nosso lado e ele é o meu exemplo de vida, mais do que pai e filha somos amigos, e amigos brincam, discutem, se abraçam, sofrem quando um está triste e comemoram as vitórias e assim é com o meu pai”, enaltece a bióloga.

Para Célia, uma das maiores conquistas na sua vida foi a sua formação acadêmica. “Agradeço e muito ao Instituto Pagus, onde, na minha adolescência tudo começou e a partir daí consegui a ajudar o meu pai a pagar meu estudo, que nunca mediu esforços para nos mostrar o caminho certo, mesmo nos momentos mais difíceis, sempre pude contar com ele”, lembra – “Pai, nessa data tão especial gostaria de agradecer por tudo que você fez e faz até hoje. Você é essencial em minha vida! Te amo para sempre! ”, finaliza.

Jailton Pereira – Tribuna do Leste

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