Casal adota cinco irmãos e transforma a vida das crianças

O casal Launir Rodrigues Soares e Jane Aparecida Amorim Soares adotou de uma só vez cinco irmãos órfãos. Moradores da região da Serra do Ouro, zona rural de Manhumirim, eles não possuíam filhos e optaram por adotar as crianças.
Launir conta que a primeira coisa que pensou foi no amor ao próximo, espírito humano e saber que toda criança é merecedora de um lar. “As crianças precisam de uma pessoa que as ajudem a se desenvolver para serem bons cidadãos, então com esse primeiro pensamento foi que resolvemos a adotar as crianças”, disse o lavrador.
Religioso, ele conta que após conversar com a esposa Jane e alguns amigos, tomaram a iniciativa de dar prosseguimento ao processo. “A decisão foi no intuito de atender o chamado para compormos uma família e a adoção destas cinco crianças trouxe mais alegria para o nosso lar, nos aproximando ainda mais do reino de Deus”, conta Launir.
Indagado sobre o fato de adotar cinco crianças de uma única vez, o lavrador ressalta que veio de uma base familiar numerosa. “Eu venho de uma família de 13 irmãos, hoje somos 12 vivos e nossos pais, mesmo com todas as dificuldades daquela época, nos criou tendo a família e a religião como base das nossas vidas. Até mesmo do exemplo e testemunho que temos de nossos pais e através da nossa formação religiosa, pois temos firmeza que fazemos parte da família de Nazaré”, conta.
Ouça a entrevista com o pai das crianças, Launir Rodrigues Soares:
A adoção
O processo de adoção é lento e existe todo um trâmite legal a ser seguido. Dos últimos três a quatro anos, a adoção no Brasil mudou muito por diversas razões, e uma delas veio a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado pela lei nº 8.069 de junho de 1990, e da Nova Lei da Adoção (lei nº 12.010 de agosto de 2010).
Hoje no Brasil, o procedimento para adoção acontece com duas filas paralelas que andam independente uma da outra. Uma é a fila da criança que está para a adoção e a outra é a da pessoa ou família que pretende adotar.
Para que a pessoa entre na fila de adoção há um caminho a ser percorrido que vai desde a intenção até a avaliação final para saber se está apto. Em alguns municípios ou estados pode haver algumas poucas diferenças nos tramites, mas em geral é o seguinte:
Entrevista de intenção
A pessoa ou casal procura pela Vara da Infância e Adolescência local e expressa sua intenção em adotar uma ou mais criança. Este contato é feito através de uma primeira entrevista com um psicólogo da Vara da Infância.
No caso destas crianças o processo foi mais rápido. “Eu e minha esposa Jane pedimos muito a Deus para que nos orientasse sobre a melhor maneira de conduzirmos a situação. Nós já conhecíamos a história das crianças e ficamos sabendo que elas estavam na DAREI, em Manhuaçu. Fomos até lá, e demos início ao processo. Quando pedimos ao Juiz para que as crianças passassem um final com semana com gente para adaptação, ele nos surpreendeu dando a guarda definitiva delas e vou confessar uma coisa, nós mudamos as vidas delas, dando um lar, uma família, mas elas mudaram as nossas vidas muito mais, nos retribuindo com amor, carinho e muito respeito. Agradeço a Deus todos os dias pelos meus filhos que hoje tenho”, enaltece Launir.
A vida do casal teve a rotina completamente alterada desde a chegada das crianças, Launir precisou ampliar a casa, Jane mudou as tarefas diárias, tiveram até que comprar um carro de sete lugares para comportar toda a família. “A mudança vale a pena. Saímos do comodismo, da vida de conformados para uma vida mais assim de família, preocupados com a formação das crianças, saber ouvir, saber a hora de agir e graças a Deus só tenho a agradecer, pois quando uma criança é adotada ela é gerado pelo amor de nossos corações”, completa.
A casa da família ganhou mais vida com a chegada das crianças, além dos vizinhos, os familiares estão sempre presentes ofertando às crianças amor e carinho.
Ouça o relato da mãe das crianças, Jane Aparecida Amorim Soares:
Jailton Pereira – Tribuna do Leste