Escolas ganham destaque ao adotarem sistema participativo
Duas escolas com o mesmo nome, instaladas em bairros vizinhos, com desafios parecidos, viveram histórias semelhantes e enfrentaram problemas similares. Agora, comemoram resultados positivos tendo o reconhecimento da sociedade e dos pais de alunos – que no passado pensavam antes de matricular os filhos.
Os desafios foram encarados de igual para igual, dentro de um universo parecido com uma problemática semelhante. Para os professores e diretores, a solução foi o engajamento da família na vida escolar do filho.
A diretora da Escola Municipal são Vicente de Paulo (CAIC), Andreia Lima, está há dois anos frente à coordenação, numa busca constante de inovação para que todos se sintam bem acolhidos no educandário. Iniciou-se então um novo sistema de administrar o, com a presença da família na escola.
Atualmente a escola conta com 218 alunos no período matutino e 150 no período vespertino (internos), que permanecem o tempo integral. A diretora diz que foi desafiador colocar em funcionamento e da maneira adequada esse projeto inovador. Andreia Lima ressalta que há 15 anos trabalha no CAIC, conhece boa parte dos pais, os problemas enfrentados e a maneira de cada um. Segundo ela, após analisar alguns pontos essenciais começou a aproximar os pais a estarem mais participativos, realização de sorteios e as datas comemorativas passaram a ter destaque na escola.
Outro passo considerado importante foi a redução da violência, que imperava dentro e fora do educandário. O projeto de humanização teve início com a participação dos familiares. “Ao trazer os pais para a escola, percebi que eles passaram a entender, conhecer o educandário. A valorização é fundamental, para que haja verdadeiro entendimento sobre o que a escola representa”, cita Andreia Lima.
A Escola Estadual São Vicente de Paulo, situada no ponto mais alto dos Bairros São Vicente e Alfa Sul também adotou um sistema diferente para trabalhar com os alunos. Há cinco anos frente à direção do educandário, Poliana Souza Ribeiro Cota atribui o bom resultado ao trabalho realizado, com a participação dos professores, alunos e pais. O projeto da escola constitui em visita às casas dos alunos, gincana, rodas de conversa e a soma de experiência.
O educandário possui atualmente 400 alunos, que cursam os ensinos fundamental e médio, além do projeto EJA (Educação de Jovens e Adultos), e pelo menos 25 alunos permanecem no projeto tempo integral.
A escola possui também uma sala de recurso para atender alunos com necessidade especial. Estudantes de escolas particulares também frequentam as aulas ministradas na Escola São Vicente de Paulo. “Realizamos também um trabalho junto aos recuperandos da APAC. Todos os professores lecionam lá, e tem dado muito certo todo esse trabalho”, diz Poliana Souza.
Esses trabalhos diferenciados têm ganhado destaque e feito a diferença nas escolas, que agora são procurados por pais a fim de que os filhos sejam alunos. Durante visita da comissão temática do Conselho Municipal de Educação aos dois educandários, foi possível ter a certeza de uma verdadeira mudança. E a determinação de cada professor e participação dos alunos foram determinantes para que as duas escolas fossem escolhidas e serem homenageadas pela Academia Manhuaçuense de Letras.
Eduardo Satil – Tribuna do Leste