E. E. Carlos Nogueira da Gama desenvolve projeto de conscientização contra queimadas

Com o objetivo de alertar a população a respeito das queimadas que vem ocorrendo em Reduto e na região do Caparaó, alunos do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Caros Nogueira da Gama, de Reduto, estão desenvolvendo atividades de pesquisa e conscientização sobre os efeitos negativos provocados pelas queimadas. Os estudantes aprenderam em sala de aula sobre os prejuízos das queimadas e como elas afetam a sobrevivência da fauna e flora silvestre. Observando reportagens sobre os recentes incêndios ocorridos na região, os estudantes prepararam panfletos que alertam sobre as queimadas, pontuando também como evitar os incêndios acidentais e exibindo o número de telefone para denúncias.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até o início de julho, aconteceram 880 focos de incêndios em Minas Gerais. Mas é a partir do segundo semestre que essa prática aumenta e causa ainda mais prejuízos à população, e ao meio ambiente. As queimadas prejudicam a visibilidade nas estradas, reduzem a produtividade da terra nas áreas de cultivo, provocam aumento da poluição e afetam a qualidade do ar. Os incêndios causam também inúmeros problemas ambientais e colocam em risco a vida de diversas espécies da fauna e flora brasileira.
Segundo o professor de sociologia Flávio Furtado, neste período de estiagem que vai de junho a novembro, a população sofre com o aumento das queimadas urbanas e com a ameaça de incêndios em matagais, pastagens, terrenos baldios e amontoados de lixo. O professor explica que sempre existe o perigo de pequenas queimadas se transformarem em grandes e perigosos incêndios, de proporções incontroláveis. Flávio Furtado informa que as atividades foram altamente produtivas, devido a oportunidade socioeducativa dos estudantes desenvolverem ações voltadas a questões e problemas que envolvem as queimadas na região. “Usamos os estudantes como multiplicadores, porque sabemos que quando eles chegam em casa e conversam com a família sobre os riscos das queimadas isso é levado em consideração pelos familiares”, disse.
Ouça a entrevista com o professor de sociologia Flávio Furtado
Além do projeto, a escola irá realizar uma feira sobre o assunto, no dia 28/10. Para o professor de Geografia, Luciano Lima, a escola que educa, por sua vez também é responsável pela sociedade. Ele enfatiza que a educação ambiental pode ser desenvolvida através de um processo pedagógico participativo que procura infiltrar no aluno uma consciência crítica sobre os problemas das queimadas. “É indiscutível a necessidade de conservação e defesa do meio ambiente. Para tanto, os indivíduos precisam ser conscientizados e, para que esta tomada de consciência se alastre entre presentes e futuras gerações, é importante que se trabalhe a educação ambiental dentro e fora da escola, incluindo projetos que envolvam os alunos”.
Ouça a entrevista com o professor de Geografia, Luciano Lima
Estudantes
A negligência está entre as principais causas de incêndio nas florestas. Pequenos cuidados no cotidiano podem ajudar a preservar esse bem tão necessário para a sobrevivência humana. Com a estiagem típica do outono, a atenção deve ser redobrada.
Para a estudante Maria Fernanda, de 17 anos, é aconselhável não jogar pontas de cigarro próximo a qualquer tipo de vegetação, e mesmo nos asfaltos e nas ruas. O aluno Sílvio Júnior, de 16 anos, diz que o projeto é voltado a conscientização da população de Reduto e região do Caparaó, tendo em vista que essas regiões estão sendo afetadas pelo fogo. Sílvio Júnior enfatiza que a feira do dia 28/10 contará com diretrizes pertinentes as queimadas, como a situação do solo após um incêndio, e palestras de conscientização. A estudante Karina Dieslei Domingos, de 18 anos, conta que, como mora na zona rural de reduto, vê muitas queimadas. E os trabalhos de conscientização sobre os malefícios das queimadas devem ser levados a população em geral, para que tenham conhecimento do agravante contra o meio ambiente. Todos os alunos foram enfáticos ao afirmar que o ser humano é o maior responsável pelas queimadas e incêndios, e a prevenção pode ser feita nas escolas, imprensa e instituições sociais.
Danos a natureza
Apesar das campanhas de divulgação, a população insiste em usar o fogo como ferramenta de limpeza contra o mato em terrenos baldios, colocando em risco a saúde e a vida das pessoas, além de causar danos ao meio ambiente. São gigantescos os prejuízos que são causados à biodiversidade, à dinâmica dos ecossistemas e a diversos tipos de agricultura do planeta, impactando significativamente os processos de mudanças climáticas na terra e do aquecimento global. Além disso, a fumaça pode trazer sérios riscos à saúde de quem vive próximo a esses locais, e contaminar o solo.
O perigo continua após o fogo. O chão, sem plantas para estabilizar, fica suscetível de ser lavados pela água da chuva, especialmente em áreas inclinadas. Árvores suam como pessoas e introduzem a umidade do ar quando está quente. Se elas estão desaparecidas depois do incêndio, o clima se torna seco, aumentando as chances de acontecerem outros incêndios. O laço essencial que nos une é que todos habitamos este pequeno planeta, todos respiramos o mesmo ar, todos nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos, e, todos somos mortais.
Danilo Alves – Tribuna do Leste