Tribuna do Leste e suas primeiras páginas

Ao completar 45 anos de existência, o Tribuna do Leste confirma o seu poder de se reinventar e mostrar que o tempo não o deixa mais fraco, mas sim, permite com sua experiência adaptar-se a novas tecnologias e formatos. Cumpre seu papel. Busca a informação, investiga, interpreta fatos, analisa verdades e histórias. Em tempos de notícias a um clique pelas redes sociais, o Tribuna do Leste carrega a credibilidade de quase meio século de história e que atualmente se expande também pela internet.
Em sua linha editorial, é buscado um jornalismo que não apenas aponte problemas, mas que proponha caminhos e soluções. Reportagens capazes de renovar a experiência de leitura. Uma informação nova, um texto cativante, uma foto que diz muito, um design que impacta e explica os assuntos mais difíceis. Indo além, sempre.
O início foi um verdadeiro martírio. O jornalista Sebastião Fernandes participou de todo o processo de criação jornal e foi o primeiro redator do Tribuna do Leste ao lado de Padre Júlio. “Fui convidado para uma reunião no Rotary Club, onde propuseram a criação de Jornal em Manhuaçu e de logo alertei aos presentes, vocês estão começando a coisa de forma errada, cadê o Padre Júlio, vocês não o convidaram?”, indagou Sebastião Fernandes.
Naquela época Padre Júlio já havia assumido a direção da Rádio Manhuaçu, o mais importante veículo de comunicação da região. “Cancelaram a reunião e o próximo encontro aconteceu na Casa Paroquial e o Padre Júlio decidiu junto aos presentes que a Fundação Expansão Cultural seria a responsável pelo Jornal Tribuna do Leste, nascia aí o semanário de maior credibilidade da região”, comenta.
Sebastião Fernandes conta ainda que as primeiras edições do Tribuna do Leste foram montadas numa mesa da sala de sua residência. “Eu e o Padre Júlio separávamos as matérias lá em casa, tínhamos a participação de vários colunistas de toda a região. Essa era uma das preocupações do Padre Júlio. Fazer um Jornal que atendesse toda a região e não só Manhuaçu. Depois de tudo preparado, enviávamos para Belo Horizonte no início da semana para ser rodado na gráfica O Lutador e no final de semana ele chegava em Manhuaçu pela empresa de ônibus”, completa.
Gráfica Expansão Cultural
Para acompanhar os avanços tecnológicos da época e facilitar a confecção do jornal e atender às demandas da igreja e de terceiros criou-se a Gráfica Expansão Cultural. “Padre Júlio foi o responsável pela aquisição das primeiras máquinas de linotipo. Eram máquinas imensas que usavam moldes de chumbo derretido, onde eram feitas as palavras do jornal e posteriormente numa mesa montava-se as frases completas, as fotos eram montadas e clichês, estes eram feitos fora da cidade e assim montávamos as páginas do Tribuna do Leste”, recorda Sebastião Fernandes.
Além de editor, Sebastião Fernandes ainda era cronista do Tribuna do Leste, ao lado de nomes que fizeram parte da história de Manhuaçu, entre eles: Wagner Orlandi, Edilson Godinho, Rayta Castro, Ronald Gripp.
O Jornal Tribuna do Leste passou a ser impresso em Manhuaçu, da linotipo, acompanhando a modernidade, Padre Júlio comprou a primeira máquina de offset da região, a francesa Marinoni (foto).
Jailton Pereira – Tribuna do Leste