Wagner Orlandi: jornalista relembra os desafios e como o TL se tornou o maior jornal da região
Todos sabemos que o sucesso só se conquista com muito trabalho, esforço e dedicação. Por isso, o jornal Tribuna do Leste, ao completar seus 45 anos de boas reportagens, análises pertinentes, entrevistas interessantes, colunas que movimentam o meio político e, acima de tudo, pelo compromisso com o bom jornalismo e com sua missão, precisou da dedicação de muitos profissionais que fizeram e fazem parte desta história.
Em 1985, após encerrar sua carreira na Polícia Militar de Minas Gerais, o Subtenente Wagner Orlandi dos Santos decidiu contribuir com sua experiência para a expansão do Jornal Tribuna do Leste, para todas as cidades da região.
Ainda na ativa, Orlandi era responsável a reportar as matérias da Polícia Militar. Depois que passou para o Quadro da Reserva, por vocação, decidiu dedicar inteiramente ao jornal, somando a experiência trazida de Montes Claros e Governador Valadares, onde atuava também como colunista da página policial.
Com orgulho e emocionado, ele recebeu a reportagem, para contar parte da história e de sua passagem pela redação do Tribuna do Leste. Segundo o jornalista foram 28 anos de dedicação, cobrindo os acontecimentos em todas as cidades onde o jornal passou a ser o órgão oficial, para as publicações das comarcas, prefeituras e câmaras. O ágil repórter relata que as matérias eram manuscritas, entregues na quinta-feira bem cedo na gráfica Expansão Cultural, onde passava pela rigorosa correção de Padre Júlio Pessoa Franco, exigente, rígido e crítico na análise do conteúdo de cada texto.
À época, as dificuldades eram inúmeras para realizar as reportagens, que eram produzidas em casa, depois levadas para a revisão e em seguida para o *Linotipo – máquina inventada por Ottmar Mergenthaler em 1886, na Alemanha, que funde em bloco cada linha de caracteres tipográficos, composta de um teclado, como o da máquina de escrever. As matrizes que compõem a linha-bloco descem do magazine onde ficam armazenadas e, por ação do distribuidor, a eles voltam, depois de usadas, para aguardar nova utilização em que o texto era produzido letra por letra na chapa de chumbo derretido.
O reconhecimento de quem está atrás da câmera
Ao ser perguntado sobre um fato marcante, Wagner Orlandi voltou ao passado e lembrou quando foi cobrir a visita do prefeito da época a Belo Horizonte. Após a audiência com o Governador Francelino Pereira, pediu permissão para fazer uma foto, tendo o Governador indagado se aquela ‘Xereta’, referindo-se à máquina de filme 400 asas-sensível faria uma boa fotografia. “Dois dias depois, o Governador veio a Manhuaçu e mostrei a ele duas fotos tiradas no gabinete. Sorrindo, ele disse: a ‘Xereta’ é boa mesmo. Fiquei perfeito”, conta o veterano repórter.
A revelação de fotos era feita em Juiz de Fora, para retornar à Manhuaçu até quinta-feira, para serem inseridas nas reportagens. Wagner Orlandi define que o nobre da profissão é contar uma boa história e ser compreendido pela pessoa para quem sua matéria é dirigida. “Não tenho nenhuma dúvida, gosto de fazer reportagem, que é a grande nobreza da profissão”, diz sorrindo.
A moral e a credibilidade do Tribuna do Leste sempre o fez, considerando todos os aspectos, a capacidade de escrever e informar a sociedade. Wagner Orlandi relata que o Tribuna do Leste era sempre cobrado, devido seus princípios de honestidade, clareza e serenidade. Ele lembra que a contestação dos atos de um presidente da Câmara de Manhuaçu, em que visava somente interesse pessoal, despertou certa vez a população e através de uma reportagem o fez retratar perante a sociedade e se pôs em seu devido lugar. Orlandi ressalta com orgulho, que o Tribuna do Leste sempre foi um grande jornal da região. Diante do trabalho, muitas homenagens foram recebidas. Outra prova é que o Tribuna ainda é fonte de pesquisas para toda a região.
Ao comparar o avanço da tecnologia, Wagner Orlandi reconhece que a evolução foi indefinida, tanto a abordagem do contexto jornalístico, quanto ao que hoje qualquer jornalista faz, pois, as matérias atualmente já chegam “mastigadas”. Ao lembrar dos 28 anos passados na redação, o experiente jornalista se emociona. “Tenho mais da metade da vida no Tribuna. Um jornal verdadeiro com os fatos. Sempre com altivez e dignidade. Que possa chegar ao seu centenário. Que a atual diretoria tome ciência da história do Tribuna e que possa enaltecer a cada dia o TL nosso”, relata Wagner Orlandi.
Eduardo Satil – Tribuna do Leste
