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Solidariedade: ONG reconstrói casas em Manhuaçu

Mutirão é uma forma de organização popular destinada a promover atividades que resolvam ou amenizem, de forma gratuita, problemas comuns em uma determinada área, geralmente proveniente de pessoas interessadas somente em ajudar o próximo. Em Manhuaçu uma ação realizada no dia 1º de dezembro destacou esse trabalho voluntário. Coordenado pela ONG AMAR Manhuaçu, uma moradia do bairro São Francisco de Assis – composta por pai, mãe e uma criança, foi reformulada graças ao empenho de voluntários engajados em promover a humanidade que deve ser inerente a todas as pessoas.

A mobilização foi organizada através de doações financeiras, materiais e procedimentos de mãe de obras, e auxiliou a família do bairro a manter uma moradia que anteriormente era praticamente inabitável. Segundo o presidente da AMAR Manhuaçu, Allan Rocha, os envolvidos se reuniram para fazer melhorias na casa da comunidade e através de atividades coletivas assumiram várias posturas e objetivos em prol da habitação.

A iniciativa da ONG começou no ano passado quando um grupo de amigos preocupados com a situações de pessoas em vulnerabilidade social decidiram se organizar para promover ações que as beneficiem de forma efetiva e simples as famílias assistidas pela entidade. De acordo com Allan Rocha, primeiramente o grupo elaborou o projeto com algumas ideias, principalmente no que se diz a reformas e construções de casas para as pessoas que de fato necessitam e não possuem condições de promover a construção ou a reforma de sua casa. “E posteriormente optamos em nos organizar como ONG. Até mesmo para trazer uma transparência maior em nossas ações e promover a uma agregação maior de pessoas para trabalhar junto conosco e ingressando em nossa causa”, explica.

Ouça trecho da entrevista

 

Além da moradia reformulada no bairro São Francisco de Assim, a “AMAR Manhuaçu” promoveu o aprimoramento de mais três casas – duas no distrito de Vista Alegre, pertencente a Rio Casca e uma no bairro Matinha. Outra casa no bairro Santa Terezinha também está em processo de melhorias, mas, segundo Allan Rocha, a moradora precisa organizar alguns detalhes na parte da infraestrutura para que o processo de construção seja implementado. Para entender a demanda de quem necessita, a instituição traça um perfil da construção, até porque os recursos recebidos são devidamente organizados para que o direcionamento seja impulsionado da forma mais correta. “De fato, todo o recurso que entra, seja por meio de doações financeiras ou materiais nós destinamos para as construções. Nem um centavo é disponibilizado ou disposto para outra causa”, explica o presidente da ONG.

Humanidade

As primeiras construções da associação tiveram um caráter humanitário diferencial, tendo em vista a gravidade da situação no qual os moradores do distrito de Vista Alegre se encontravam. Para quem não se lembra, tanto o distrito como a cidade de Rio Casca foram assolados por temporais que provocaram estragos em áreas pobres das localidades, em dezembro do ano passado. O povoado de Vista Alegre foi bastante afetado pela chuvarada. As famílias que tiveram que deixar as casas foram levadas para uma escola, um ginásio e para uma igreja da comunidade. Segundo a Defesa Civil, quase 2 mil pessoas ficaram desalojadas, ou cerca de 90% dos moradores foram expulsos das casas.

Os membros da ONG AMAR Manhuaçu então decidiram iniciar o trabalho no distrito afetado pelas chuvas e, para isso, propuseram construir duas casas na comunidade. Eles se organizaram e foram até o local para conhecer o estrago provocado pelos temporais.
Em conversas com assistentes sociais e moradores, eles selecionaram duas famílias que demonstravam não ter amparo, tanto do governo quanto de familiares e que, provavelmente, no entendimento dos voluntários teriam uma grande dificuldade para construir e recuperar as moradias destruídas pelas enchentes, obviamente não deixando a situação de outras famílias de lado. “Selecionamos duas famílias e com cerca de vinte dias conseguimos levantar todos os recursos que havíamos propostos para a construção das duas casas. Conseguimos construí-las em apenas dois dias, tendo um custo total de cerca de oito mil reais. Envolvemos cerca de cinquenta e sete voluntários, fomos em Vista Alegre e ajudamos um pouco aquela comunidade ao construírmos as duas casas”, enfatiza Allan Rocha.

Recursos

Para as quatro construções erguidas, a ONG movimentou cerca de R$ 33 mil reais. Basicamente, cada casa saiu com um custo médio de R$ 8 mil, inferior se comparadas as construções convencionais. Destacando a questão da urgência e da moradia simples, mas efetiva para as famílias. E para isso, a entidade conta com o apoio da comunidade através de doações de materiais de construção, mão de obra e ajuda financeira. Para isso, os interessados podem acessar a página da instituição na rede social Facebook, o e-mail amarmanhuacu@gmail.com ou entrar em contato com o presidente da organização através do telefone (27) 9 9992-9746.

Danilo Alves – Tribuna do Leste

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