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Bombeiros Militares de Manhuaçu participam de buscas em Brumadinho

O trabalho de buscas por pessoas desaparecidas após o rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, continua sendo realizado por equipes do corpo de Bombeiros de Minas Gerais, com auxílio de corporações de outros estados, Força Nacional e voluntários. Vários corpos de vítimas da tragédia foram localizados e resgatados da lama, enquanto tantos outros continuam desaparecidos. A operação para tentar localizar o máximo de vítimas possível continua e a cada dia novas equipes deixam o local e outras chegam para auxiliar no trabalho. Na manhã da última quinta-feira, 07.

Três sargentos que integram o 2ª Cia dos Bombeiros Militares de Minas Gerais, com sede em Manhuaçu, foram para a região metropolitana de Belo Horizonte para compor a equipe que segue com as buscas. SGT Eduardo Dias, SGT Maiquel e SGT Gilberto foram os convocados. “Vamos estar nessa missão com uma vontade enorme de colaborar para a prestação do melhor serviço possível, honrando o nome de Minas Gerais e da nossa cidade de Manhuaçu. É um serviço muito desgastante, porém estamos seguindo com muita força de vontade para tentar encontrar o máximo de desaparecidos que for possível, amenizando assim a dor das famílias que convivem com a incerteza sobre a condição dos seus entes queridos” – destacou Dias.

Todos os militares de Manhuaçu convocados para atuar em Brumadinho têm treinamentos para atuar em estruturas colapsadas e estão preparados para atuar em meio aos rejeitos de minério. SGT Maiquel, por exemplo, atuou na tragédia de Mariana há três anos, quando a barragem da mineradora Samarco se rompeu, matando 19 pessoas. “Contamos com uma equipe bem qualificada e todos os militares da nossa companhia estão bem preparados para esse tipo de missão.

Durante meu curso de Sargento puder atuar na região de Mariana e a situação é bem semelhante, porém agora o número de vítimas é bem maior. Nesse tipo de ocorrência o bombeiro é muito exigido, inclusive na parte emocional. Somos preparados, mas temos esposa, filhos e nos colocamos no lugar das pessoas que vivem a angústia à espera de alguma notícia de um parente. Mas isso só nos dá mais força para atuar” – afirmou.

Em Minas Gerais existem 6 comandados operacionais do Corpo de Bombeiros Militar. Por meio deles foi feita uma escola para que os militares que atuam no interior do estado pudessem colaborar nas buscas em apoio aos colegas da região metropolitana. “Essa é a ocorrência mais complexa que o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais atuou em sua história, em se tratando do número de vítimas.

A convocação dos militares da nossa companhia veio do 5ª comando de Governador Valadares, que nos solicitou o envio dos homens da nossa fração. Para esse tipo de ocorrência é necessário o emprego de militares com curso de salvamento, soterramento e enchentes e inundações, bem como o conhecimento de resgate em estruturas colapsadas. Foi por isso que escalamos os Sargentos Maiquel, Eduardo Dias e Gilberto, que vão atuar diretamente na zona quente, no resgate de corpos que ainda estão desaparecidos” – explicou Tenente Flávio, comandante da 2ª Cia BM.

A atividade é muito desgastante e por isso existe a necessidade do revezamento de militares. Os da 2ª Cia de Manhuaçu vão permanecer em Brumadinho por sete dias, retornando só no dia 14 de fevereiro, quando o 5º comando vai substituí-los. “A busca é incessante, exige muito do preparo físico e mental dos bombeiros e por isso nosso comando promove esse revezamento. Assim que a equipe de Manhuaçu retornar, o nosso comando envia outro efetivo que tem escala prevista para terminar no dia 21” – finalizou Tenente Flávio.

Cerca de 380 homens ainda trabalham no local para tentar encontrar o máximo de pessoas desaparecidas possível. O número de mortes confirmadas já ultrapassa a marca de 150. Mais de 100 pessoas ainda estão desaparecidas. 21 máquinas pesadas e quatro caminhões ajudam nas buscas. Após a tragédia, ocorrida no dia 25 de janeiro, cinco pessoas foram presas acusadas de envolvimento no rompimento da barragem da Vale. Na última terça-feira, 06, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela libertação dos suspeitos. Entre eles estão engenheiros, geólogos e outros técnicos da Vale e da empresa que assinou laudo assegurando as condições de segurança da barragem.

Klayrton de Souza/Jailton Pereira

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