Desde o ano de 2016, os moradores da Barra do Jaguaraí e Vargem Alegre (Barreiro) estão enfrentando dificuldades para transitarem pelo trecho, onde havia uma ponte sobre o rio Manhuaçu que ligava as comunidades à MG 111.
À época, os moradores do Barreiro e Barra do Jaguaraí fizeram alerta para a situação da ponte sobre o Rio Manhuaçu, que estava tomada por um acúmulo de mato em sua base, que impossibilitava a passagem do fluxo da água, lixo e até animais mortos. Com isso, a água foi desviando para as laterais e acabou provocando uma cratera na cabeceira da ponte, que não suportou e partiu.
Por várias vezes houve o reparo, mas o barranco foi descendo e uma nova cratera se formou e a ponte foi cedendo. A situação foi piorando e perdura até os dias de hoje. Em 2017 foi feita uma obra emergencial de compactação do solo, que se transformou em uma cratera, para possibilitar que ao menos pedestres e veículos pudessem passar, e assim, os moradores terem o mínimo de segurança e atendimento às comunidades. Os moradores continuam passando na ponte, mas estão lutando para a reconstrução com mobilização junto ao Executivo de Reduto e Manhuaçu, que têm reunido com a comunidade, sobretudo para falar da condição financeira que os dois municípios enfrentam com a falta de recursos para um investimento alto.
Comunidade mobiliza mais uma vez
Na noite de quarta-feira, 26/06, os moradores novamente se reuniram com o prefeito de Reduto, José Carlos Lopes, vereadores, além do secretário municipal de obras de Manhuaçu, João Amâncio de Faria e o vereador administrador Rodrigo. Durante a reunião, as lideranças acompanharam o que foi feito desde o início, ouviram atentamente o posicionamento dos representantes dos dois municípios para buscar resolver a situação da ponte, que foi tema de dezenas de reuniões.
Foi apresentado aos participantes projeto para viabilizar um estudo detalhado sobre a estrutura, concreto, a base e o talude (um plano de terreno inclinado que limita um aterro e tem como função garantir a estabilidade). O estudo técnico terá um custo de R$ 37 mil reais. Dois engenheiros, sendo um especialista em construção de pontes disse que a estrutura é recuperável com total segurança. Para isso, há a necessidade de levantar a estrutura e melhorar as colunas de sustentação.
O custo para a reforma está em torno de R$500 mil reais. O vereador administrador Rodrigo disse que ao conversar com a comunidade e apresentar a viabilidade de que a ponte possa ser reformada foi importante. “Percebemos a boa vontade do prefeito de Reduto e do secretário de Manhuaçu. Apresentei os números para serem analisados e continuarei cobrando, para que haja a reforma da ponte”, salienta o vereador. O prefeito de Reduto, José Carlos Lopes disse à reportagem que o trabalho conjunto entre os dois municípios será fundamental. Embora o valor seja bem alto, devido a situação financeira que atravessa, todo esforço será feito para que a comunidade seja atendida.
Os moradores querem atitude o mais rápido possível, pois as dificuldades continuam. José Anselmo, tem mobilizado as famílias para não ficarem de braços cruzados. Continua coletando assinaturas, para mobilizar as autoridades. “O abaixo-assinado é para levarmos ao conhecimento de todos, que não estamos parados. Temos de mostrar o valor que essa ponte tem, principalmente para o escoamento da produção, transporte dos estudantes e segurança também. Queremos agilidade e responsabilidade”, relata o morador. Guilherme Anselmo lembra da batalha travada para sensibilizar as autoridades, para a situação vivida. “A quantidade de pessoas na reunião mostra que todos estão esperançosos. A ponte está ruim e oferece insegurança. A falta de guarda mão oferece risco, porém, o paliativo está ajudando bastante. Mas, queremos nosso cartão postal de volta e por isso continuaremos lutando”, disse Guilherme Anselmo.

O secretário de obras de Manhuaçu, João Amâncio de Faria conhece bem a condição da ponte e junto à comunidade reconhece que está no caminho certo, na busca de recursos necessários. “Somente o paliativo é pouco. Sabendo que é recuperável, faremos tudo para que haja parceria forte, para resolvermos a demanda”, concluí o secretário. Na próxima semana, os representantes dos dois municípios estarão definindo uma data para se reunirem, a fim de discutirem como será viabilizado o recurso para os primeiros passos da reforma. As lideranças cobraram ainda a remoção da planta aquática (aguapé), que está tomando toda a dimensão estrutural da ponte. João Amâncio de Faria disse que estará viabilizando o serviço.
Eduardo Satil – Tribuna do Leste