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Sociedade deve combater o abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

A menina Araceli Crespo tinha apenas nove anos quando foi levar um envelope para um grupo de rapazes, a pedido da mãe. Ao chegar no local marcado, foi espancada, estuprada e morta. o crime ocorreu no dia 18 de maio de 1973, e o caso ficou célebre três anos depois, com a publicação do livro “Araceli, meu amor”, do jornalista José Louzeiro. 47 anos depois de sua morte, em homenagem à menina, na segunda-feira, 18, foi comemorado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil. O dia foi instituído por lei federal em 2000. 

Coletar dados a respeito do abuso e da exploração sexual infantil não é tarefa fácil. Poucas denúncias são feitas, e as famílias ainda acreditam que é melhor esconder o abuso das autoridades. A coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Manhuaçu, Glenda Miranda Costa, conta que a pedofilia geralmente é praticada por alguém que está próximo à família ou por um membro da própria família da criança. Ela esclarece que primeiramente, o abusador conquista a confiança de todos antes de praticar o crime, e afirma também que o pedófilo faz a criança ou adolescente se sentir culpado pelo assédio, o que facilita que a vítima guarde segredo. “Por isso, essa data é importante para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes”, comentou Glenda Miranda.

Entre as conquistas na proteção da infância e juventude no Brasil, a coordenadora do Creas de Manhuaçu, destaca a aprovação do Plano Nacional que estabeleceu metas a serem cumpridas pelos estados, em ações que envolvam setores da saúde, educação, segurança pública, assistência social e justiça. “Tivemos alguns avanços, como a implantação do ‘Disque 100’, um disque denúncia que pode ser acessado por qualquer pessoa do país. Queremos ressaltar a responsabilidade de diversas instituições municipais e da sociedade na implementação do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, na garantia da atenção às crianças, adolescentes e suas famílias, por meio da atuação em rede, fortalecendo o Sistema de Garantia de Direitos preconizado no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal 8.069/90) e tendo como lócus privilegiado os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente no âmbito dos estados e municípios. Lembrando ainda que em 2020 também comemoramos 30 anos de criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e 20 anos de criação do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes”, disse.

Maio Laranja

O Maio Laranja é uma campanha realizada, neste mês, em todo o País, a fim de alertar a sociedade e ampliar o debate sobre a problemática da violência sexual contra crianças e adolescentes. A mobilização ganha mais notoriedade no dia 18 – dedicado a essa discussão e as formas de prevenção, assim como a importância da denúncia e responsabilização dos agressores. Mesmo com todas as prerrogativas e destaque para a o a data, Glenda Miranda afirma o fato deve ser repensado por toda a sociedade. “É uma data relevante na qual não comemoramos nada, mas devemos refletir sobre tudo, representa a reunião e síntese de todas as possíveis violências em desfavor de crianças e adolescentes, porque neste dia temos a história de uma menina de família simples, que foi sequestrada por homens de família rica. Temos a história de uma menina que não recebeu a devida atenção familiar para ser preservada dos perigos do mundo. A história da impunidade dos homens que abusaram sexualmente da menina, provocando-lhe sofrimento, dor, mutilação e morte a uma criança que deveriam proteger e respeitar por uma questão de ética humana e de vivência social”, destacou a coordenadora Creas de Manhuaçu, Glenda Miranda Costa.

Danilo Alves

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