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Segurança Pública e Cidadania: Brasil está entre os países que mais mata no trânsito

Com uma frota de 112 milhões de veículos automotores, 75 milhões condutores habilitados, o Brasil teve 32 mil mortes no trânsito no último ano. Este número é muito maior se comparado a países com frota e número de condutores superiores aos nossos, como Rússia, EUA e União Europeia. Dentre os 32 mil mortos em nossas rodovias e vias urbanas em 2021, cerca de 12 mil mortos eram motociclistas.

Somando a estas vítimas fatais, temos centenas de milhares de vítimas não fatais com sequelas graves deixadas pelos acidentes de trânsito.

As causas para toda essa tragédia são conhecidas: má condição das estradas, vias públicas municipais não planejadas, ausências de fiscalização, má formação do condutor e fator decisivo, a imprudência do condutor. Não é segredo que nossas rodovias, em regra, não estão em boas condições de conservação. Muitas rodovias, estaduais e federais, foram planejadas e construídas para atender um trânsito dos anos 60 e 70 cuja circulação de veículos não chegava a 10% da atual. Vias municipais de circulação acabam sendo mal sinalizadas, planejadas e fiscalizadas, permitindo excessos.

Mas, infelizmente, o fator humano tem sido decisivo. O condutor, mesmo passando por treinamento em autoescolas e rígidos exames pelos órgãos de trânsito, acaba esquecendo do que apreende e passa a conduzir negligente e imprudentemente, não respeitando a legislação, como não agindo com o cuidado que exigem nossas deficientes rodovias.

Ações governamentais, melhoria na segurança dos veículos, tem sim reduzido o número de mortes no trânsito, em especial em veículos de quatro rodas. Mas nossa realidade ainda é cruel. Além das sequelas graves carregadas por muitos por toda a vida ou mesmo perda da vida de milhares, deve-se considerar que bilhões e bilhões de reais são empregados anualmente em socorro a cuidados a vítimas de acidentes todos os anos.

A correção para esta trágica realidade que afeta centenas de milhares de vidas e destrói milhares de famílias todos os anos passa por dois momentos: cobrar do poder público melhoria na engenharia, regulamentação e fiscalização das vias e do trânsito, como nos conscientizar, nós motoristas e motociclistas, que a condução de veículos automotores exige treinamento, experiência e cautela.

Todo cuidado é pouco. Neste mês de novembro iniciam as chuvas de verão, logo virão os festejos de final de ano e as férias. Tenhamos cuidado. Sabemos das condições de nossas estradas. Tenhamos o máximo cuidado. Qualquer erro pode ser fatal.

Dr. Carlos Roberto Souza, Delegado Regional de Polícia Civil de Ponte Nova

 

 

 

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