
Quarenta e cinco anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, pela prática de feminicídio motivado por ciúmes. Foi essa a condenação recebida por um homem por ter matado uma mulher, em junho de 2024, no município de Dom Cavati, no Vale do Rio Doce. A acusação foi feita pelos promotores de Justiça das 1ª e 2ª Promotorias de Justiça de Inhapim, em sessão do Tribunal do Júri na sexta-feira, 9 de maio, e foi integralmente acolhida pelos jurados. A prisão foi decretada ainda em plenário.
De acordo com os promotores de Justiça Igor Heringer Chamon Rodrigues e Jonas Junio Linhares Costa, o homem, à época dos fatos com 29 anos, foi denunciado por homicídio qualificado majorado consumado, tipificado no artigo 121, parágrafo 2º, incisos I (motivo torpe), III (meio cruel), IV (recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima) e VI (feminicídio) do Código Penal.
Segundo a denúncia, o assassinato ocorreu na madrugada do dia 15 de junho de 2024, na Rua Jeremias, nº 67, Bairro Serapião, em Dom Cavati, pertencente. O acusado, agindo de forma livre e consciente, matou a vítima, uma mulher de 28 anos à época dos fatos, desferindo contra ela 40 golpes de faca.
As investigações apontam que o crime foi motivado por ciúmes, após o acusado descobrir que a vítima estaria grávida de outro homem, o que deu início a uma discussão. Em seguida o homem iniciou os ataques com golpes de faca, afirmando que, caso a mulher não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém. O filho mais velho da vítima, de apenas 12 anos de idade, teria tentado intervir para salvar a mãe, mas não conseguiu impedir o crime, diante da superioridade física do acusado e da violência empregada contra o menor.
De acordo com os promotores de Justiça, “nesse crime, a condenação contempla não apenas a tragédia de uma mulher assassinada com requintes de crueldade, mas também o clamor de toda a sociedade por justiça diante de uma violência covarde, motivada pelo sentimento de posse e pelo desprezo pela vida alheia. A condenação representa uma importante vitória no enfrentamento aos casos brutais de feminicídio”.
O processo tramita perante a 2ª Vara Cível, Criminal e da Infância e da Juventude da Comarca de Inhapim.