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Ministério do Trabalho realiza operação contra trabalho análogo à escravidão em Simonésia

O Ministério do Trabalho de Manhuaçu realizou, nesta terça-feira (20), mais uma operação de combate ao trabalho análogo à escravidão. A ação ocorreu no córrego São João Pequeno, na zona rural de Simonésia, onde 19 trabalhadores foram encontrados em condições precárias de alojamento e trabalho. Esta é a segunda fiscalização do tipo em menos de uma semana no município.

As operações estão sendo intensificadas neste período devido à colheita do café, época em que aumenta a demanda por mão de obra, principalmente migrante. Na semana passada, dez trabalhadores foram resgatados no córrego Cabeceira do Cachoeirão. Eles vieram do norte de Minas Gerais, de cidades como Chapada do Norte, Jenipapo, Merilo e Minas Novas, e estavam sem receber salários corretamente.

Já na operação mais recente, os trabalhadores encontrados são da Bahia, da cidade de Retirolândia, próxima a Feira de Santana. Apesar das condições precárias, não houve resgate neste caso. Nove trabalhadores decidiram deixar o local, e o empregador terá que pagar todas as verbas rescisórias. Os demais optaram por continuar até o fim da safra, com a promessa de melhorias imediatas nas condições de trabalho.

De acordo com o auditor fiscal do trabalho, Flávio Pena, o aumento de casos está relacionado à busca por mão de obra de fora da região. “Hoje os produtores rurais da região estão buscando muitos trabalhadores de outras cidades, do Norte de Minas, do Nordeste do Brasil, e muitas vezes trazem esses migrantes e jogam de qualquer maneira nessas casinhas aí, sem a mínima condição de um ser humano habitar.”

Flávio explicou que a operação da semana passada exigiu a retirada imediata dos trabalhadores. “As condições eram indignas, não tinha como um ser humano ficar na situação daquela. Não só pela questão do alojamento, que era muito precário, mas também com relação à parte sem registro, sem qualquer tipo de fornecimento de EPI, enfim, sem avaliação médica. Situação realmente muito difícil.”

Sobre a ação desta terça, ele destacou que, embora haja problemas, eles podem ser corrigidos. “Existe algumas precariedades, sim, mas elas são passíveis de conserto, de arrumar. A maioria dos trabalhadores optou por ficar. A situação não é assim tão grave, são coisas que podem ser corrigidas e a gente já solicitou do empregador que faça essas adequações. Deu-se um prazo, e depois a gente vai conferir se essas adequações foram realizadas.”

O Ministério do Trabalho segue acompanhando os casos e reforça que novas fiscalizações devem ocorrer durante o período da safra, com o objetivo de garantir condições dignas para os trabalhadores do campo.

Redação Tribuna do Leste

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