ColunistasDestaqueDr. Carlos Roberto Souza

Segurança Pública e Cidadania: Junho Violeta, Minas Gerais na Defesa de Quem Construiu Nosso Estado

Há uma violência que envergonha nossa sociedade: a cometida contra aqueles que dedicaram suas vidas a construir nossas famílias, nossas cidades e nosso estado. Em Minas Gerais, onde tradição e respeito aos mais velhos deveriam ser pilares, o Junho Violeta chega como um alerta urgente da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG): proteger nossos idosos não é apenas um dever legal, mas uma obrigação moral.

Os números assustam, mas a realidade é ainda pior. Muitos casos sequer chegam às delegacias. São pais e avós que calam a humilhação para não “causar problemas” à família, que suportam a dor do abandono porque não conhecem outra realidade. A violência contra o idoso em Minas se manifesta de formas cruéis: desde o neto que desvia a aposentadoria até o filho que nega cuidados básicos, passando por golpes aplicados por pessoas de confiança.

A PCMG, através de sua Delegacia do Idoso e equipes especializadas, tem trabalhado para mudar esse cenário. Mas a polícia sozinha não consegue romper o silêncio que cerca esses crimes. “Muitas vítimas sequer reconhecem que estão sendo violentadas”, explica um delegado da especializado. “Quando o agressor é um familiar, o idoso muitas vezes prefere o sofrimento à solidão.”

Neste Junho Violeta, Minas Gerais precisa acordar. Denunciar não é delatar – é salvar. O Disque-Denúncia 181, as Delegacias Especializadas e o Ministério Público estão de portas abertas, com garantia de sigilo. Mas precisamos ir além:

Vizinhos devem se importar com o idoso que não aparece há dias, Profissionais de saúde devem questionar machucados “acidentais”, Familiares precisam fiscalizar onde está indo o dinheiro do avô.

Minas Gerais foi construída por essas mãos que hoje tremem. Nossos idosos merecem mais que lembrança em datas especiais – merecem dignidade todos os dias. A Polícia Civil de Minas Gerais está fazendo sua parte. E você?

Denuncie. Proteja. Honre. Porque um povo que abandona seus velhos é um povo sem futuro.

 

Carlos Souza – Delegado de Polícia

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