O escritor João Pedro Alves, natural de Chalé, lançou sua obra intitulada “As Memórias do Sabugo”, com histórias inspiradas no personagem do Sítio do Pica-Pau Amarelo, Visconde de Sabugosa.
O livro, com cerca de 200 páginas, reúne histórias infantis curtas e apresenta as viagens do personagem ao redor do mundo a bordo de sua cartola móvel. A narrativa aborda encontros com personalidades e reconta momentos históricos de vários países. Entre os personagens presentes estão a Rainha Elizabeth II e o ex-presidente do Brasil, Getúlio Vargas, de quem o Visconde se torna amigo.
Segundo o autor, a publicação surgiu como uma forma de manter vivo o legado de Monteiro Lobato: “Eu acho que foi até o início da obra, foi pensando nisso, de levar Monteiro Lobato, porque estava ficando algo esquecido, algo que ficava lá atrás, o Bisconde virou algo antigo, a Emília, e trazer isso de volta com a obra de Monteiro Lobato é muito gratificante.”
João Pedro planeja um segundo livro, voltado ao público juvenil, que tratará da relação entre o Visconde de Sabugosa e Getúlio Vargas, de quem o personagem se torna conselheiro. Segundo o autor, o novo título, “A Pena e o Poder”, abordará também temas políticos e buscará promover reflexões entre os leitores.
A relação do escritor chaleense com o Sítio do Pica-Pau Amarelo e com a obra de Monteiro Lobato vai além das publicações. João Pedro Alves interpreta o personagem desde 2011, quando visitou o sítio original pela primeira vez. Incentivado pela coordenadora do Museu Monteiro Lobato, em Taubaté, Maria Cristina Lopes, tornou-se representante oficial do personagem na Zona da Mata mineira, apresentando-se em diversos eventos como o Visconde de suas próprias obras.
O autor de “As Memórias do Sabugo” destaca a importância da literatura em sua trajetória. Para ele, os livros abriram portas e proporcionaram novas experiências. Ele reforça que a leitura é uma forma essencial de adquirir conhecimento: “A importância da literatura que eu vejo hoje é porque é o conhecimento. (…) Para mim, ser o Visconde Sabugosa, eu tive essa noção que eu teria que aprender como ele é sábio. E eu comecei a ler e levar esse incentivo para as crianças nas escolas que eu passava. E, hoje, a fonte da educação é a leitura, é a literatura. Porque Monteiro Lobato vai dizer, ao longo da sua história, que quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê e mal escuta.”
João Pedro afirma que o legado que deseja deixar com sua obra é inspirar as novas gerações a sonhar, assim como o personagem do sítio busca realizar seus próprios sonhos e os dos amigos. Ele ressalta que escrever é uma forma de permanecer no tempo: “Quem escreve semeia a eternidade, essa eternidade dos encontros, dos momentos.”
Lorena Correia – Tribuna do Leste
