
O Tribunal do Júri de Belo Horizonte condenou a 29 anos de prisão, em regime fechado, um homem acusado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) de ser o líder de uma organização criminosa de Manhuaçu, e de mandar matar, em 2022, ex-integrante de um grupo ligado ao tráfico de drogas na região.
O conselho de sentença condenou o homem pelo assassinato do desafeto e por tentativa de homicídio de um irmão da vítima, que estava no local do crime. O caso foi julgado em Belo Horizonte a pedido do MPMG, que alegou razões de segurança e imparcialidade. Pelo MPMG, participou do julgamento o promotor de Justiça Rodrigo Ladeira de Araújo Abreu.
De acordo com a investigação, em 2021, a vítima do homicídio saiu do grupo do qual fazia parte para integrar uma organização criminosa rival. O objetivo era tomar a região do tráfico de drogas dominada pelo seu antigo chefe. A traição causou descontentamento nos integrantes de sua antiga facção. E por vingança, o líder da organização criminosa mandou quatro comparsas assassiná-lo.
Segundo a denúncia do MPMG, o crime ocorreu na casa da vítima. No local, além de assassinarem o ex-integrante da organização criminosa com disparos de arma de fogo e golpes de arma branca, os autores do crime tentaram matar um irmão da vítima que estava na residência.
No julgamento, o líder da organização criminosa foi considerado o mandante do assassinato e da tentativa de homicídio. Os crimes foram praticados, segundo a denúncia do MPMG, por motivo torpe e com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima.
O mandante e os executores dos crimes foram denunciados pelo MPMG em 2022. Mas depois foi pedido o desmembramento do processo para que o líder do grupo criminoso fosse julgado separadamente, bem como para que o crime de organização criminosa fosse abordado em outra denúncia. Além disso, em outro processo, já havia sido condenado por integrar organização criminosa sediada no Rio de Janeiro, que tem atuação em Minas Gerais, principalmente na Zona da Mata.