O aumento das temperaturas pode resultar na redução do apetite. Isso ocorre porque, no calor, o corpo demanda menos energia para equilibrar a temperatura corporal, ao contrário do frio, quando há maior necessidade de aquecimento. Esse é um dos fatores que podem influenciar o apetite e as necessidades nutricionais, embora outras variáveis também interfiram, como a prática de atividade física. É o que aponta o estudo norte-americano Effects of Heat on Appetite (“Efeitos do calor no apetite”):
“A análise anterior assume que a temperatura corporal é regulável e que o calor gerado pela alimentação representa o maior elemento na regulação da temperatura corporal. Mas a temperatura pode não ser a única variável de regulação importante.”
Além da redução do apetite, as ondas de calor registradas nos últimos dias podem afetar diretamente o processo de digestão, que tende a ser mais lento nesses períodos, como explica a nutricionista Gabrielly Lopes Godoi. Segundo ela, uma alimentação mais leve durante a primavera e o verão é fundamental para melhorar a adaptação do organismo às temperaturas mais elevadas. Por isso, o ideal é evitar alimentos muito gordurosos, preparados com banha de porco, maionese, feijoada ou massas pesadas, que podem provocar sensação de mal-estar ao final do dia.
A nutricionista também alerta que, apesar da tendência natural à redução do apetite, é importante não passar longos períodos sem se alimentar, especialmente porque o organismo já pode estar em estado de estresse devido ao calor: “Não existe uma frequência de alimentos. Então, por exemplo, você não precisa comer de 3 em 3 horas, de 4 em 4. Mas você não tem que esperar você estar morrendo de fome pra comer alguma coisa. Não deixe o seu corpo viver em um jejum, porque no calor, como eu disse, nós estamos em um estresse. Então, primeiro, prioriza a boa ingestão de líquidos.”, explicou Gabrielly.
