O quadro Reflexão deste sábado (11) destacou as principais mensagens da primeira exortação apostólica do Papa Leão XIV, intitulada “Dilexi te” (“Eu te amei”). O documento, assinado em 4 de outubro de 2025, centra-se no amor aos pobres e na necessidade de enfrentar as estruturas de injustiça que geram e sustentam a desigualdade social.
A exortação aprofunda o ensinamento de que o amor de Cristo se expressa no cuidado com os mais vulneráveis, abrangendo a luta contra a escravidão, a defesa das mulheres em situação de risco, o direito à educação e o acolhimento dos migrantes. O texto pontifica que a esmola deve ser compreendida como um ato de “justiça restabelecida”, e não como gesto de caridade paternalista. Para o Papa, a falta de equidade é a raiz de todos os males sociais.
O documento também faz uma crítica contundente às “novas formas de pobreza”, descritas como mais sutis e perigosas, surgidas de sistemas econômicos que ampliaram a riqueza de forma desigual. Segundo o texto, “uns se tornaram mais ricos ainda, enquanto outros, mais pobres”, evidenciando que o progresso econômico não tem sido acompanhado por justiça distributiva.
Embora reconheça avanços globais no combate à pobreza, “Dilexi te” alerta que tais resultados são avaliados com critérios de outros tempos, não compatíveis com os desafios atuais. O Papa elogia as metas das Nações Unidas de erradicação da pobreza, mas enfatiza que “o caminho é longo”.
Elaborada a partir de um trabalho iniciado por Papa Francisco e concluída por seu sucessor, Leão XIV, a exortação mantém continuidade com a encíclica “Dilexit Nos”. Nela, reafirma-se que os pobres são portadores do Evangelho e instrumentos de conversão, capazes de despertar a compaixão e a solidariedade autênticas.
A mensagem final de “Dilexi te” é um apelo a toda a Igreja e à sociedade para cultivar “uma sensibilidade cada vez maior pela pobreza”, sobretudo num mundo marcado pela desigualdade e pela indiferença.
