O Coletivo Negritude Ubuntu de Manhuaçu mantém uma programação extensa durante o Mês da Consciência Negra. As ações começaram em 1º de novembro, quando integrantes participaram da Romaria Afro, em Aparecida do Norte, junto à Pastoral Afro. Segundo a presidente do grupo, Ludmilla Leandro, “no dia 1º de novembro, nós fomos à Aparecida, a casa da nossa mãe negra, participar da Romaria Afro junto com a Pastoral Afro”. O objetivo foi marcar a abertura das atividades do mês e fortalecer a presença do coletivo em eventos regionais.
Nos dias 8 e 9, representantes conheceram o quilombo do Booyé, em Viçosa. No mesmo período, o grupo esteve em Ouro Preto para acompanhar a festa de Nossa Senhora do Rosário.
Além desses eventos, a agenda inclui palestras em escolas e instituições de ensino. O coletivo programou encontros na rede municipal e estadual, na EFA Margarida Alves, em Simonésia, e também em escolas de Matipó. As ações seguem a linha de trabalho voltada ao letramento racial: “esse letramento racial é muito importante, porque a nossa história nunca foi contada de forma real. A gente aprendeu que fomos escravos, mas fomos escravizados”. Ela destaca ainda que as rodas de conversa permitem construir narrativas alinhadas à história da população negra: “é nesses momentos que a gente está falando a verdade, trazendo o que realmente faz parte da nossa história”.
A agenda de novembro conta também com participação na Virada Cultural promovida pelo Sedec, no dia 22, em Manhuaçu. No evento, o coletivo vai apresentar sua geodésia, estrutura ancestral utilizada nas atividades culturais. Já no dia 29, o grupo estará no Instituto Federal, em Realeza, em uma manhã cultural organizada com estudantes e professores.
No dia 20, o Ubuntu participa do evento realizado pelo Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), na Praça 5 de Novembro. Para Ludmilla, a parceria entre instituições fortalece o debate: “todo movimento gera movimento. O Compir está realizando um evento na praça e a gente vai estar lá dando a nossa contribuição, passando o nosso recado”.
As ações seguem após o fechamento do mês. No dia 6 de dezembro, o coletivo participa do evento Afro Mineiridades, na Câmara Municipal, com outras associações. Em 13 de dezembro, o grupo realiza uma roda cultural do ano.
Ludmilla reforça que todas as atividades são abertas à comunidade: “o nome do coletivo é Ubuntu, que significa Eu Sou Porque Nós Somos. Os eventos não são só para o povo negro, mas para o povo branco, indígena e miscigenado”. Ela destaca que a participação coletiva fortalece a luta contra o racismo e amplia o alcance das ações:
Lorena Correia – Tribuna do Leste



