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Psicóloga explica como o Dia de Finados pode ajudar no processo de luto e na aceitação da perda

Durante as tradições do Dia de Finados, celebrado neste domingo, muitas pessoas visitam cemitérios, cuidam dos túmulos e relembram aqueles que já partiram. Essas práticas, ligadas à memória dos entes queridos, costumam despertar reflexões sobre a perda e o processo de luto.

Diante disso, a psicóloga Iara Duarte explica que o luto é um processo de readaptação e reestruturação da vida e da identidade do indivíduo diante de uma perda significativa. Segundo a profissional, esse é um processo individual que pode sofrer interferências sociais de cada realidade: “Precisamos considerar as variáveis individuais, a forma como a pessoa processa, a forma como se flexibiliza diante da perda, as características emocionais e o suporte social que ela tem.”

A psicóloga afirma que, apesar de muito difundidas teorias como a das fases do luto, este é um percurso individual, que não tem tempo certo para finalizar: “Não existe um modelo correto, não existe uma forma padronizada de viver o luto. Nós não podemos categorizar o luto dentro de um período ou dentro de uma forma correta de ser vivenciado.”

Embora não haja uma determinação de limites para a superação da perda, existem sinais de alerta que não podem ser ignorados. Como explica a psicóloga, é importante observar quando o sofrimento se torna persistente e interfere na vida cotidiana, sem patologizar o sofrimento. Alguns indícios importantes são a persistência e intensidade da tristeza e da saudade, a dificuldade da pessoa em se reinserir em locais e atividades sociais e a presença de sentimentos persistentes de solidão ou pensamentos de autoextermínio.

Datas como o Dia de Finados podem ser relevantes para indivíduos que consigam enxergar nelas um momento de celebração da vida dos que já se foram e de validação das suas emoções, mas este não é o caso de todas as pessoas. Segundo a psicóloga, quem não consegue participar de tradições como esta, por desencadear sentimentos de solidão e tristeza, deve respeitar seus limites.

Em todos os casos, o ideal é realizar uma autoavaliação sobre como se enfrenta o processo de luto, observando sinais de dificuldade de readaptação à vida cotidiana ou percepção de luto prolongado, e buscar um profissional que possa oferecer ajuda por meio do acolhimento, validação do processo de perda e apoio na reestruturação de metas e adaptação à vida.

Lorena Correia – Tribuna do Leste

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