Reflexão: A Origem Católica e o Significado da Oração pelos falecidos
O Dia de Finados, celebrado pela Igreja Católica em 2 de novembro, é uma data dedicada à oração e à memória de todos os fiéis falecidos. Neste dia, os católicos são convidados a participar de missas, fazer orações e visitar os cemitérios como forma de sufrágio pelas almas. A data foi instituída formalmente no século XI pelo abade Odilo de Cluny, que determinou que todos os mosteiros ligados à sua ordem rezassem anualmente por todos os falecidos, uma prática que se consolidou e foi adotada pela Igreja. No catolicismo, o culto aos mortos possui raízes profundas na tradição cristã e baseia-se na crença da “comunhão dos santos”.
Este dogma representa a união espiritual que existe entre os fiéis vivos na Terra, as almas que estão em purificação (purgatório) e os santos que já estão na glória de Deus. O fundamento teológico central é a visão de que a morte não é o fim da vida, mas sim uma passagem para a eternidade. Desta forma, os mortos continuam fazendo parte da comunidade dos fiéis. Por isso, os católicos rezam pelos falecidos, pedindo a Deus que purifique suas almas e os acolha no céu, e recordam os santos como exemplos de fé e intercessores.
Além da celebração da missa na intenção dos falecidos, uma das práticas mais visíveis é a visita aos cemitérios, onde os fiéis demonstram seu carinho limpando os túmulos, levando flores e acendendo velas, como símbolos da fé, da lembrança e da luz. Outras formas de sufrágio mencionadas incluem obras de caridade, sacrifícios e a aplicação de indulgências, que podem ser oferecidas pelas almas. A prática de rezar pelos mortos se apoia em passagens bíblicas, como 2 Macabeus 12:45, que diz: “É coisa santa e piedosa rezar pelos mortos para que sejam livres de seus pecados”, e João 11:25: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.”
Redação – Tribuna do Leste
