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Segurança Pública e Cidadania: O Policial, a Essência da Segurança Pública

Em meio ao debate sobre violência e ordem, há uma verdade que não pode ser esquecida: a segurança pública não se faz com discursos, armas reluzentes ou tecnologias milagrosas. Ela se faz com pessoas. Pessoas que vestem um uniforme, carregam um distintivo e assumem um juramento — muitas vezes à custa do próprio sangue. O policial, homem ou mulher, é quem está na linha de frente, expondo-se para que o cidadão comum possa dormir em paz, caminhar sem medo, viver com dignidade.

Enquanto muitos fogem do perigo, eles avançam. Enquanto a sociedade se protege atrás de muros, eles patrulham as ruas. Não importa se civil, militar, federal ou bombeiro: todos compartilham a mesma missão. São seres humanos, com famílias, sonhos e fragilidades, mas que carregam um peso que poucos compreendem. Sofrem com a desconfiança daqueles que deveriam apoiá-los, enfrentam a precariedade de recursos, arriscam a vida em troca de salários que raramente refletem o tamanho do sacrifício.

Há quem critique, há quem menospreze. Mas quantos estariam dispostos a passar horas sob tensão, a revistar um suspeito armado, a correr em direção a um tiroteio? Quantos aguentariam a pressão psicológica de ver a violência de perto, dia após dia, e ainda assim manter a serenidade para proteger o próximo? O policial não é um robô programado para a guerra. É um profissional que, mesmo quando desamparado pelo sistema, segue em frente porque alguém precisa fazê-lo.

Este programa não tratará de equipamentos ou estatísticas. Falará daqueles que, por trás das viaturas e coletes, sustentam a frágil barreira entre o caos e a civilização. Porque sem eles, nenhuma política de segurança funcionará. Nenhum software substituirá o olhar atento de uma ronda, nenhuma arma será eficaz sem a mão treinada que a maneja.

Se quisermos uma sociedade menos violenta, precisamos começar pelo básico: valorizar quem a protege. Não com homenagens vazias, mas com condições dignas de trabalho, remuneração justa, suporte jurídico e, acima de tudo, respeito. Porque quando um policial cai, é a segurança de todos que desmorona.
Nos próximos domingos, daremos voz a esses heróis anônimos. Porque segurança pública não se faz com máquinas — faz-se com gente. E é deles, os policiais, que dependemos para seguir em pé. Até lá.

Carlos Roberto Souza – Delegado

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