
Conhecer de perto a produção dos cafés campeões no município de Manhuaçu e visitar a COORPOL (Cooperativa Regional Indústria e Comércio de Produtos Agrícolas do Povo que Luta) foram as principais propostas da vinda de uma comitiva da Suíça ao distrito de São Sebastião do Sacramento.
Em um trabalho inovador e de inédita expansão dos horizontes comerciais para os produtores que se dedicam a produzir cafés de alta qualidade em Manhuaçu e região, a COORPOL (Cooperativa Regional Indústria e Comércio de Produtos Agrícolas do Povo que Luta) tem exportado o precioso grão para a Suíça. Esta negociação tem ocorrido via fair trade. Agora, a cooperativa amplia estes negócios internacionais, com a comercialização do café orgânico produzido na região, proporcionando renda para as famílias rurais.
A acolhida à comitiva foi feita pelo Presidente da COORPOL, Flânio Alves, juntamente com a equipe da Cooperativa. ‘Foi muito importante a nossa recepção aqui do Diego, que é torrefador, acompanhado dos consumidores da Suíça. Ele é representante da Torrefação La Semeuse, que comprou um café nosso ano passado através da Belco. O café foi num veleiro e isto foi notícia no Brasil inteiro, foi muito bacana. Esse ano, ele está nos visitando, gostou muito do café e quer fazer mais negócios’, destacou.
O Torrefador salvadorenho Diego Bolaños, um dos integrantes desta comitiva, visitou a região pela primeira vez. ‘Esse café está no nosso blend chamado Caravella e para nós o café orgânico Fair Trade da Coorpol é muito importante, porque é de altíssima qualidade. É a nossa primeira vez na região, então, vamos aproveitar a oportunidade para visitar alguns produtores e descobrir um pouco sobre a região aqui. Estou acompanhado de três pessoas que vêm da Suíça, também consumidores finais que vêm para ver toda a experiência aqui no Brasil. O que buscamos e encontramos é este café com sabores muito bons e que, quando misturado, apresenta muita complexidade na xícara. E nossos consumidores finais gostaram muito disso’, relatou.
Após a visita na sede da COORPOL, a comitiva seguiu para as propriedades cafeeiras, onde, acompanhada do Presidente Flânio Alves e da equipe da cooperativa, percorreu lavouras, conversou com cafeicultores e conheceu de perto a cadeia de produção e de comercialização do café, tão bem apreciado na Europa e em todo o mundo.
Fair Trade e Café Orgânico
O fair trade (comércio justo, em português) é um modelo alternativo de comércio internacional que busca promover maiores equidades nas relações comerciais, caracterizando-se pelo preço justo, condições de trabalho dignas, desenvolvimento comunitário, sustentabilidade ambiental, transparência e responsabilidade.
Flânio pontuou que ‘A Cooperativa tem as duas certificações, atendendo a um grupo de produtores orgânicos, e, os demais, fair trade. É uma oportunidade que a cooperativa tem, tendo em vista que somos da agricultura familiar, pequenos agricultores, e, portanto, é uma oportunidade que temos de fazer um pequeno agricultor aqui da roça vender um café direto para a Suíça, uma coisa que só através da cooperativa que conseguimos fazer, ter essa viabilidade’, comentou.
Outro ponto positivo da COORPOL é ter em seu quadro de cooperados, produtores que produzem os melhores cafés do Brasil. ‘Os cafeicultores daqui ganham concursos municipais, estaduais, nacionais, e, sempre estes cafés estão aqui, na Coorpol. O Fábio Júnior os ajuda a selecionar os melhores grãos, definir qual café que é bom, e, orientar, porque ele tem grande experiência, juntamente com a Natália, na questão da qualidade. Entendo que a cooperativa está se consolidando a cada dia, mesmo não estando em uma região que não tinha o costume com cooperativa. Era um desafio grande, e acho que isso está sendo vencido a cada dia. O mercado de café é difícil, mas estamos vencendo os obstáculos, avançando. Considero importante estarmos preparados para acolhermos mais pessoas, e, estas, chegando junto e caminhando com a gente, sendo cooperadas e participando do processo do desenvolvimento da região, na questão ambiental, e de sustentabilidade da cooperativa’, avaliou Flânio.