Em setembro é comemorado o Mês da Comunidade Surda. Em Manhuaçu a falta de inclusão de pessoas surdas nos espaços públicos e privados ainda é um desafio, e a difusão da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é apontada como essencial para a inclusão. A Libras é a língua de comunicação das pessoas surdas e utiliza a modalidade visual-motora para comunicação, além de ser uma língua independente, ou seja, não tem relação direta com a gramática do português, por exemplo.
O instrutor de Libras em Manhuaçu, Matheus Roberto da Costa, reforçou o impacto que a adoção da língua nos espaços sociais tem na autonomia da pessoa surda, explicando que a falta de acessibilidade limita a autonomia da pessoa surda que tem sempre a necessidade de um acompanhamento de pessoa ouvinte para auxiliar na comunicação. e destaca ainda que em Manhuaçu, poucos lugares são acessíveis: “tem lugares na Manhuaçu, poucos lugares, que nós temos a acessibilidade em libras, mas precisa muito melhorar para que as pessoas possam, por exemplo, ter o contato. O surdo é uma pessoa profissional, uma pessoa qualquer, e há lugares públicos na Manhã Sur, por exemplo, onde não se tem a língua de sinais. Como eu falei anteriormente, sempre tem que contar com a pessoa, apoiando ou tendo essa ajuda, e nós temos a nossa independência de ir e vir.” disse.
O instrutor ainda reforça a importância da inclusão da Libras na grade curricular dos alunos desde a infância para pessoas surdas e ouvintes, garantindo a ponte na comunicação mais clara entre todos. O Professor de Libras e intérprete que fez a tradução da nossa entrevista com Matheus, Professor Fernando Portes, também enfatizou a relevância e necessidade de adotar a Língua Brasileira de Sinais na formação profissional. Segundo o professor, aprender Libras não só te conecta com as pessoas surdas, mas traz benefícios também no mercado de trabalho: “Quando você aprende a língua de sinais, você permite às pessoas com surdez, às pessoas de Manhã Sur, que fazem uso dessa modalidade de comunicação, a estarem mais inseridas, estarem mais inclusas, sem contar que é um aprendizado que qualquer pessoa pode conseguir desenvolver a sua competência.”
Lorena Correia – Tribuna do Leste