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Pai relata dificuldade para obter remédio do filho com TEA

O morador do bairro Santa Terezinha, Marcos Eugênio da Silva, relatou dificuldades para conseguir o medicamento Risperidona, utilizado no tratamento do filho Arthur Mendes da Silva, de 6 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo Marcos, a prescrição é feita em consultas periódicas com um neuropediatra em Carangola, realizadas a cada dois meses. No entanto, ele afirma que enfrenta atrasos para conseguir marcar o retorno e obter a receita.

“Preciso levar o Arthur em Carangola, o médico avalia a evolução e me passa a receita para comprar a Risperidona. Como está demorando para marcar a consulta, o remédio está acabando e isso afeta a evolução do meu filho, porque ele fica mais agitado. Se para nós já está difícil, imagino para outras famílias que dependem desse acompanhamento”, disse.

Marcos destacou que sempre recebeu bom atendimento no Sistema Único de Saúde em Manhuaçu, mas afirmou que, desde a mudança na forma de marcação das consultas, não conseguiu renovar a receita há mais de um mês.

Secretaria de Saúde explica mudanças no atendimento

A gerente de Saúde Mental de Manhuaçu, Luciane Pascini, explicou que houve mudanças no fluxo de atendimento. Segundo ela, a renovação de receitas, que antes era feita em outros municípios, passou a ser de responsabilidade das unidades básicas de saúde. “A neuropediatria é uma especialidade voltada principalmente para o diagnóstico. Depois disso, a continuidade do atendimento é feita na atenção primária. Essa modificação já ocorre há cerca de um ano. A ideia é que o paciente não precise se deslocar para outras cidades apenas para renovar a receita”, afirmou.

Luciane explicou que, no caso da medicação controlada, o paciente deve procurar a unidade básica de saúde do seu bairro. A equipe de enfermagem recebe o receituário e aciona a vigilância para disponibilizar o medicamento. Ela ressaltou que os retornos com o neuropediatra continuam, mas podem ser mais espaçados devido à quantidade de demandas. Além disso, destacou que o acompanhamento de crianças com TEA não se resume ao uso de medicamentos.

“O TEA é um transtorno global do desenvolvimento. Além da medicação, contamos com atendimentos especializados na APAE, além da equipe multidisciplinar na atenção primária, formada por psicólogos, assistentes sociais, médicos clínicos e nutricionistas. O objetivo é concentrar os atendimentos dentro do próprio município, aproveitando a estrutura das nossas unidades básicas de saúde”, concluiu.

Danilo Alves – Tribuna do Leste

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