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Pesquisas apontam que polinização cruzada pode elevar produtividade e qualidade do cafeeiro

O período da primavera marca também uma fase importante para a produção de café: a polinização das plantas. Esse processo consiste na transferência do grão de pólen da parte masculina para a parte feminina da flor, geralmente realizada pelas abelhas, mas que também pode ocorrer por meio de outros insetos ou até de pássaros.

Em Manhuaçu, a principal variedade de café cultivada, o arábica, realiza a autopolinização, ou seja, não depende diretamente da polinização cruzada para a reprodução das sementes e frutos. Apesar disso, mesmo o café arábica pode se beneficiar dela.

O professor do Instituto Federal Campus Manhuaçu, Flávio Neves, explica que existem estudos na Costa Rica, Colômbia e até na Indonésia que tratam da importância da polinização para o cafeeiro. No Brasil, um estudo realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em conjunto com a Embrapa, comprova um aumento de 16,5% na produtividade do café.

Além do ganho na produtividade na cafeicultura, o professor explica que a pesquisa aponta para uma melhora na qualidade sensorial dos cafés: “nessa pesquisa que foi realizada pela Esalq e pela Embrapa, eles também verificaram um aumento de 2,43 pontos quando fizeram a comparação entre os cafés que foram utilizados a polinização por abelhas e aqueles que não foram utilizados. Então há um ganho também de qualidade de acordo com essa pesquisa”, aponta.

Sendo o principal inseto polinizador, as pesquisas citadas pelo professor comprovam a importância da presença de abelhas próximas às lavouras. Flávio complementa que, independentemente da escolha pelo café arábica ou conilon, os produtores podem se beneficiar pelo cultivo de espécies de abelhas na região do plantio: “Ficou comprovado que a presença desses insetos, das abelhas, próximo à cultura do cafeeiro, ela é extremamente importante, independentemente da estratégia que você vai utilizar para poder ter essas abelhas próximas, que pode ser o caso das colmeias que são levadas até a propriedade, ou também a gente criar dentro da própria propriedade um ambiente mais diverso, mais favorável para que essas continuem presentes ali dentro da área, e assim contribuam de forma mais efetiva para a polinização.”

Lorena Correia – Tribuna do Leste

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