O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado nesta quinta-feira (20), foi marcado por atividades culturais e debates sobre a efetividade das ações afirmativas em Manhuaçu. A programação incluiu apresentações de capoeira, percussão e dança afro.
Organizado pelo Conselho Municipal de Promoção pela Igualdade Racial (COMPIR), o evento contou com a articulação das pastas de Assistência Social e de Cultura, servindo como base para a valorização da identidade afro-brasileira e a reivindicação de direitos.
Luciano Lima, presidente do COMPIR, ressaltou a importância da data, agora feriado nacional, como um marco para a educação. O conselheiro apontou que o combate ao racismo — crime inafiançável — passa necessariamente pelo fortalecimento da memória de líderes históricos e pela educação contínua nas escolas e núcleos familiares.
Apesar da mobilização, Luciano Lima reconheceu que a implementação de políticas de inclusão ainda enfrenta barreiras estruturais. “A questão racial apresenta desafios adicionais que exigem um trabalho contínuo de conscientização e suporte”, analisou.
Na mesma linha, Josângela da Silva Ferreira (Negrajô), coordenadora do grupo de mulheres negras Teresa de Benguela e do grupo de dança afro Pérola Negra apontou a necessidade de ampliar o alcance dessas políticas, especialmente no interior. “O racismo é um problema de quem o comete, e a presença de aliados é necessária para que a reparação histórica seja efetiva”, afirmou. A ativista classificou o feriado como uma conquista e refutou críticas, definindo a data como um dia de reivindicação. Negra Jô informou ainda que, no dia 6 de dezembro, a Câmara Municipal sediará o Segundo Encontro da Afro-mineiridade.
A secretária executiva da Central dos Conselhos de Manhuaçu, Ana Paula Leite Moreira Sathler, destacou o papel da gestão técnica na viabilização de direitos. Para a gestora, a realização do evento em praça pública é uma ação estratégica para dar visibilidade à pauta racial. “É um dia de luta e resistência. É o momento de mostrar à sociedade que existimos e que precisamos garantir o nosso direito de forma concreta”, afirmou Ana Paula, enfatizando que a integração entre os setores da administração visa assegurar que as políticas públicas ofereçam.
Danilo Alves – Tribuna do Leste



