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Produção de cafés especiais é destaque em Manhuaçu

Manhuaçu tem ampliado a presença no cenário nacional com a produção de cafés especiais, resultado do trabalho dos produtores e do acompanhamento técnico da EMATER. Em 2025, o município alcançou posições de destaque em concursos nacionais, como o 4º lugar no Cup of Excellence e os dois primeiros lugares em competições realizadas durante a Semana Internacional do Café. As premiações contribuíram para fortalecer a visibilidade da atividade no município.

Critérios e processos de produção

Para que um café seja classificado como especial, é necessária pontuação acima de 80 pontos pela Specialty Coffee Association (SCA), seguindo parâmetros técnicos e rastreabilidade ambiental e trabalhista. O extensionista agropecuário da EMATER, Cristiano Silva, explica características comuns nesses grãos: “O sabor dele é, ele tem, ele tem uma doçura natural, já geralmente esses cafés, com notas sensoriais de frutas, castanhas, chocolate e tudo mais. Esses grãos, eles são nobres, né, cultivados sob uma condição específica”, afirmou.

Segundo Cristiano, fatores ambientais locais contribuem para a produção, como o solo argiloso com matéria orgânica, a topografia que dificulta mecanização e o clima que favorece o desenvolvimento do cafeeiro. A obtenção de cafés especiais depende de etapas como colheita seletiva, lavagem, separação de grãos defeituosos e início rápido da secagem, etapas que podem ser afetadas por deslocamento, chuvas e condições do maquinário.

Produtores e trajetórias

A produção de cafés especiais no município tem mais de uma década de história. Produtores como Ângela Maria e Ercilei José de Oliveira, da comunidade de Palmeirinha, acumulam experiência desde 2009 e se tornaram referência para outras famílias. Ercilei, com participações frequentes em concursos regionais, destaca a troca de conhecimentos: “E assim, né, café especial é muito parcerias. Você sempre precisa estar trocando ideia, buscando informação para estar agregando ali no seu café, para você estar conseguindo fazer um excelente café. É, vez ou outra os amigos vêm, a gente troca ideia. Eu dou as dicas para eles, como muitos vêm me dar umas dicas, então há muita troca de informação nesse meio.”

O produtor atribui os resultados ao trabalho contínuo e afirma que o reconhecimento reforça a importância da cooperação entre os cafeicultores e da assistência técnica.

Outro produtor, Jeam Carlos, iniciou recentemente as práticas voltadas para cafés de alta qualidade. Ele afirma que manejo adequado e pós-colheita são fatores determinantes para alcançar bons resultados, mesmo ainda não tendo os cafés especiais como foco principal.

Assistência técnica e continuidade do trabalho

A EMATER atua há cerca de 20 anos com concursos de qualidade em Manhuaçu e mantém mais de seis décadas de presença no município. Para o extensionista, Cristiano, o apoio institucional e os resultados alcançados em competições nacionais têm incentivado outras famílias a buscar aprimoramento.

Ele também destaca o esforço dos cafeicultores: “Então, eu acredito que esse resultado de café presidencial é fruto da dedicação dos produtores, né? Porque já estão fazendo um café especial e dentro desse, desse trabalho com cafés especiais, conseguem, né, ter alguns lotes que são, vamos falar, fora da curva. (…) Mas eu acredito que isso é fruto do trabalho, da pesquisa, do teste, do dia a dia de cada produtor. Então, é aquele produtor que tem o café especial, mas dentro do café especial ele ainda procura, mudar o jeito de trabalhar para obter um café ainda mais diferenciado. É um café de reconhecimento aí internacional, né? Todos que, que têm contato com esse café, ficam maravilhados com a complexidade e esse, esse boom, né, essa explosão de sabores que esses cafés presidenciais trazem para o amante aí do café especial.”

O desenvolvimento da cafeicultura no município é reforçado por ações de capacitação e acompanhamento técnico promovidos pela EMATER e por órgãos públicos, como a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Sustentável, que organizam Dias de Campo e acompanham as propriedades ao longo do ano.

Lorena Correia – Tribuna do Leste

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