As aulas da rede pública de ensino em Manhuaçu se encerram nesta quarta-feira, dia 17 de dezembro. Com a volta às aulas apenas no início de fevereiro, pais e responsáveis enfrentam desafios para manter os estímulos ao desenvolvimento das crianças em casa.
Um dos maiores desafios é garantir tempo de qualidade com os filhos, já que a rotina das crianças se altera, enquanto a maioria dos pais ou responsáveis não tem período de férias no fim do ano. Segundo a pedagoga da rede pública de Manhuaçu, Maria Letícia Rocha Oliveira, uma consequência dessa falta de tempo é o uso do celular como uma espécie de babá eletrônica, para manter a criança ou o adolescente envolvidos em atividades internas. A pedagoga alerta explicitamente que, sem acompanhamento, a criança pode acessar redes sociais e conteúdos impróprios para a faixa etária.
A pedagoga destaca que o uso das telas pode ajudar, desde que haja o acompanhamento de um responsável para controlar o tempo e o conteúdo, garantindo o acesso a programações adequadas à faixa etária. “A família precisa se organizar e combinar a rotina: hoje você vai entrar nessa gamificação, vai jogar tal jogo; amanhã, sua rotina será essa, você poderá usar o notebook, o que for, mas por 20 minutos e com esse conteúdo. Assim, deixa de ser um desafio para a família”, explicou.
Segundo a pedagoga, incluir as crianças em tarefas simples do dia a dia é uma forma de desenvolver a autonomia e favorecer um crescimento saudável. “Dobrar a cama, arrumar o lençol, dobrar a coberta, guardar, colocar a roupa suja no cesto são coisas básicas. Quando o adulto faz tudo pela criança, ele não permite que ela cresça — e crescer não é só em tamanho, mas em autonomia, fazendo, criando e construindo o próprio dia”, afirmou.
Para a especialista, quanto mais cedo a criança for envolvida nas atividades da casa, melhor será o seu desenvolvimento. Se ela já consegue andar, os responsáveis podem incentivá-la, por exemplo, a jogar a fralda no lixo. Atividades simples como essa contribuem para o desenvolvimento da coordenação motora fina e grossa, além da psicomotricidade infantil.
Além disso, momentos de interação familiar, como conversas sobre o dia a dia, organização das refeições e passeios em conjunto, também são boas formas de estimular o raciocínio das crianças e mantê-las ativas, mesmo fora do ambiente escolar.
Mesmo sem a rotina das aulas, é importante que a criança mantenha horários fixos para algumas atividades, como almoço, jantar e hora de dormir. Ainda de acordo com a pedagoga, o ideal é que a criança esteja dormindo até as 21h, pois respeitar o descanso é fundamental para o desenvolvimento e para um bom desempenho nas atividades diárias. “Se a criança dorme às 11 horas ou à meia-noite e precisa acordar às 6 da manhã para ir à escola, você acha que ela terá atenção e concentração? Não vai”, concluiu.
Lorena Correia – Tribuna do Leste



