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Marco de 40 anos do combate ao HIV no Brasil apresenta queda da transmissão vertical

O Brasil registra redução nos casos de transmissão vertical do HIV, forma de contágio em que o vírus é passado de mãe para filho durante a gestação, o parto ou a amamentação. O cenário acompanha os 40 anos da oferta de tratamento da infecção no país. Em Manhuaçu, a diminuição desses casos também é observada pelos serviços de saúde.

De acordo com o enfermeiro da Policlínica de Manhuaçu, Abidias Faria, o acompanhamento do pré-natal é um dos principais fatores para a prevenção da transmissão vertical. Segundo ele, desde a confirmação da gravidez, a gestante inicia o pré-natal na atenção primária e já na primeira consulta são disponibilizados testes rápidos para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.

Os testes são repetidos no primeiro, segundo e terceiro trimestres da gestação e novamente no momento do parto. O profissional explica que essa rotina permite identificar infecções recentes e acompanhar gestantes que já vivem com HIV. Quando a gestante segue corretamente o tratamento e mantém carga viral indetectável, as chances de transmissão para o bebê são reduzidas. Além disso, medicações específicas são utilizadas durante o parto para evitar o contágio.

Abidias destaca ainda o papel da educação em saúde nesse processo. Segundo ele, ações de orientação durante as consultas, campanhas de prevenção e atividades educativas ajudam na adesão ao pré-natal e no entendimento sobre o tratamento, envolvendo a gestante e, quando possível, o parceiro.

Após o nascimento, uma das orientações para mães que vivem com HIV é a suspensão da amamentação. O enfermeiro explica que o Sistema Único de Saúde fornece gratuitamente o leite infantil e as medicações necessárias para o bebê, garantindo o acompanhamento até a conclusão do protocolo de prevenção.

O profissional também reforça que o sigilo no tratamento das infecções sexualmente transmissíveis é um direito assegurado aos pacientes. Todos os profissionais de saúde seguem códigos de ética que garantem confidencialidade absoluta, com exceções previstas em lei. Em caso de quebra de sigilo, o profissional pode responder a processos administrativos.

Sobre os medicamentos utilizados no tratamento do HIV, Abidias esclarece que a dispensação é feita exclusivamente pela rede pública de saúde. Mesmo pacientes acompanhados na rede privada devem retirar as medicações pelo SUS, já que elas não são comercializadas em farmácias particulares.

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