O fim do ano pode ser razão de angústias e fadiga mental para muitas pessoas, mas além desses gatilhos que as festas deste período podem causar, outra motivação para o aparecimento destes sentimentos é a negligência dos cuidados com a saúde mental, seja nos tratamentos psicológicos ou aprendendo a validar os seus sentimentos.
A psicóloga de Manhuaçu, Vanderlea Bittencourt, alerta para os cuidados com a saúde mental que são negligenciados ao longo do ano. Segundo ela, a falta de conscientização da população sobre a importância das pausas e descansos, e sobre as reflexões da própria vida. Para a psicóloga, avaliar se a pessoa consegue experienciar a vida de maneira leve, que esteja gerando satisfação ao indivíduo é fundamental.
Vanderlea explica que as tendências aceleradas e imediatistas da sociedade atual fazem com que muitas vezes as pausas sejam realizadas apenas em momentos críticos: “A pessoa, às vezes, ela deixa para se dedicar quando o extremo bate à porta. Nós deveríamos ter um cuidado para que esse extremo nunca fosse atingido por nós.”
A psicóloga também reforça que o autoconhecimento é muito importante para reconhecer os sinais de alerta de um problema psicológico. Se a pessoa não sabe reconhecer os sinais do próprio corpo, dificilmente é capaz de compreender quando alguma situação gera sobrecarga. Alguns sinais que podem servir de alerta são o sentimento de uma pressão muito forte, uma autocobrança excessiva, muitas comparações.
Para a psicanalista, é preciso compreender a saúde mental como prioridade, cultivando ao longo de todo o ano atitudes mais amigáveis com o próprio indivíduo, aprendendo a impor limites, respeitar seus desejos e sentimentos, além de cuidar da saúde física com a prática de atividades físicas. Esses cuidados ao longo da vida podem ser capazes de evitar que a angústia negativa tome conta em períodos de pausas obrigatórias, como no final do ano.
Lorena Correia – Tribuna do Leste



