
Foi comemorado na última quarta-feira, 05, o Dia Nacional da Mamografia. A data tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do exame para detectar alterações na mama. O exame é uma radiografia do tecido mamário, feita por um equipamento de raios X chamado mamógrafo, capaz de identificar lesões nos estágios iniciais. A reportagem do Jornal Tribuna do Leste entrevistou o mastologista Jorge Chequer, que destacou a importância do exame, especialmente para as mulheres. “A mamografia é o melhor exame para rastreamento e prevenção do Câncer de Mama e deve ser realizada em todas as mulheres a partir dos 40 anos, caso não tenham histórico familiar da doença. Se esse histórico existe, dependendo do caso, ela deve ser realizada antes”, informou o médico.
Quanto mais cedo o tumor for identificado, maiores as chances de cura. Para câncer de mama, os casos identificados no início trazem um índice de cura que pode chegar a 98%. “A mamografia se tornou o exame mais preciso para o diagnóstico de Câncer de Mama porque ela consegue detectar alterações bem iniciais, a partir de milímetros, como as calcificações, lesões essas que não conseguem ser vistas nem por meio de ultrassonografia e nem em ressonância magnética. Por estas e outras razões a mamografia ainda é considerada o melhor método para o diagnóstico precoce do Câncer de Mama”, garantiu o especialista.
O Câncer de Mama é o mais comum entre as mulheres. As estatísticas da doença apontam que uma entre cada oito mulheres terão Câncer de Mama ao longo da sua vida, isso se não tiverem o fator hereditário. Caso tenham o histórico de incidência é ainda maior. Aproximadamente 60 mil mulheres são diagnosticadas com a doença todos os anos no Brasil. Segundo Jorge Chequer, a prevenção começa com o auto exame. “O toque é importante para a mulher se conhecer. O indicado é que ela faça o auto exame mensalmente, preferencialmente no período de uma semana que antecede o ciclo menstrual. É um processo bem simples em que a mulher deve apalpar toda a mama com a pontas dos dedos fazendo movimentos circulares. Também é importante apertar os mamilos para verificar se não sai nenhuma secreção e ainda se olhar de frente para o espelho para observar se existe alguma deformidade ou assimetria em relação à outra mama”, explicou o mastologista.
No caso de alguma alteração a recomendação é a busca por uma consulta com um especialista o mais rápido possível. “É muito importante destacar que o auto exame nunca substitui a mamografia, porque lesões iniciais, pequenas e localizadas profundamente nas mamas não são detectadas apenas pelo toque. Nesse caso tem que acontecer o exame de imagem e por isso a Sociedade Brasileira de Mastologia é enfática em dizer que a mulher deve ter consciência de que esse não substitui a mamografia, principalmente para as mulheres com idade acima de 40 anos”, alertou Jorge Chequer.
Apesar da orientação incisiva por parte da Sociedade Brasileira de Mastologia para a procura do exame de mamografia, um levantamento recente indica que no Brasil existem cerca de 5 mil equipamentos de mamografia, porém somente 10% deles têm o selo de qualidade recomendado pela entidade. ‘Esse selo de qualidade em mamografia foi criado em conjunto pelo Colégio Brasileiro e Radiologia, pela Sociedade Brasileira de Mastologia e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Ele tem como objetivo informar para a população a qualidade dos exames de mamografia realizados no país. Quando a pessoa faz o exame ela pode verificar se a clínica tem o selo de qualidade porque ele vem colado no exame”, finalizou o especialista.
Uma questão para reflexão nesse Dia Nacional da Mamografia, recorre sobre a “aderência” ao exame. De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), 70% das brasileiras entre 50 e 69 anos têm acesso à mamografia – incluindo rede pública e privada. No entanto, dados da Pesquisa Avon/IPSOS – Percepções sobre o Câncer de Mama – revelam que apenas 20% das mulheres brasileiras fazem a mamografia ao menos a cada dois anos.
Klayrton de Souza